Um movimento que envolve editoras, o poder público e escritores, tenta alavancar a difusão da literatura brasileira no exterior. Depois dos fenômenos Jorge Amado e Paulo Coelho, dois dos autores nacionais mais conhecidos no mundo, outros escritores têm conseguido êxito em mercados editoriais estrangeiros. De Milton Hatoum, traduzido em 12 países, a Alberto Mussa, com nove traduções de sua obra, a literatura brasileira, aos poucos, avança em territórios até então inóspitos.

A 17.ª edição do jornal Cândido, distribuído pela Biblioteca Pública do Paraná e disponível na internet, investiga as razões desse avanço que, em alguma medida, se deve ao dinamismo experimentado pelo mercado editorial brasileiro nas últimas décadas, com o surgimento de mais editoras e, consequentemente, mais agentes interessados em vender a literatura brasileira a outros países.

Autores, editores e agentes literários falam sobre esse recente interesse do mercado editorial estrangeiro pela ficção nacional e de que forma eventos como a Feira do Livro de Frankfurt, que em 2013 homenageia o Brasil, pode difundir ainda mais nossa literatura no exterior. O tradutor alemão Berthold Zilly fala sobre sua tradução de Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, e de como a literatura brasileira é vista em seu país.

O maringaense Oscar Nakasato, ganhador do prêmio Jabuti na categoria romance em 2012, fala da sua estreia na literatura com Nihonjin, livro que retrata os conflitos existenciais de filhos de imigrantes japoneses, divididos entre as culturas japonesa e brasileira. O “Perfil do Leitor” destaca as leituras de Guilherme Weber, ator curitibano e um dos fundadores da Sutil Companhia de Teatro. Já a seção “Making Of” refaz o percurso editorial de Tanto faz, romance de Reinaldo Moraes que se tornou um clássico contemporâneo nos últimos 20 anos e fez a cabeça de várias gerações de leitores.

Entre os inéditos, destaque para os vencedores do Prêmio Paraná de Literatura 2012. Cândido adianta trechos dos três livros vencedores: Sérgio Y. vai a América, de Alexandre Vidal Porto (Romance), As maças de antes, de Lila Maia, e Papis et circensis, de José Roberto Torero. Na seção “Em busca de Curitiba”, Luís Henrique Pellanda surge com o conto Serafim Bailarino.

Serviço:
O Cândido tem tiragem mensal de dez mil exemplares e é distribuído gratuitamente na Biblioteca Pública do Paraná e em diversos pontos de cultura de Curitiba. Também é enviado, via correio, a diversas partes do Brasil. É possível ler a versão online do jornal no seguinte endereço: www.candido.bpp.pr.gov.br. O site também traz conteúdo exclusivo, como entrevistas e inéditos.