Grande parte dos entrevistados (81%) relatam que não se candidatariam a cargos políticos. (Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

Estudo revela ainda que o posicionamento do candidato em relação ao impeachment da presidente Dilma interfere na hora do voto

Uma pesquisa realizada, em julho, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) revela pontos importantes sobre o perfil do jovem eleitor de Curitiba. De acordo com o estudo realizado pelo Núcleo de Pesquisa de Mercado da Escola de Negócios da Universidade, com 400 entrevistados, de 18 a 24 anos, 62,8% empregados sem função de chefia, a saúde (55,7%) é a área de maior importância na gestão municipal. Seguida pela educação (16,8%) e segurança (12,7%).

Para Másimo Della Justina, cientista político da PUCPR, como a maioria dos jovens entrevistados está numa faixa de renda de menos de dois salários mínimos, não faz curso superior e está empregada, é possível que as expectativas de continuar estudando já diminuíram. “Por este motivo, preferem benefícios mais imediatos como é o caso da saúde, que sempre é um serviço emergencial para ele ou sua família”, diz.

Grande parte dos entrevistados (81%) relatam que não se candidatariam a cargos políticos. Sendo que, a justificativa de 42,4%, é que existe muita corrupção e 23,8% não entendem ou não gostam de política. Além disso, o estudo mostra que a maioria, 90%, não tem preferência por um partido político. Dos 10% restantes, 35,9% preferem o PT, 23,1% PSOL e 17,9% PSDB. Ainda de acordo com a pesquisa, para 65% dos entrevistados o posicionamento do candidato em relação ao impeachment da presidente Dilma interfere na escolha.

Em relação ao candidato pertencer a uma família tradicional da política, 97% não acreditam que este fator influencia na escolha. Sobre religião, a maioria, 72%, não consideram que ela interfira na escolha do candidato. Do total de entrevistados, 85,8% afirmam que o político não precisa ter a mesma religião que a sua. Ainda com relação aos fatores de influência, os eleitores relataram não ter preferência por candidatos políticos mais “jovens” (64%), na percepção deles sem definição da faixa etária. Por outro lado, 91% responderam que o candidato “jovem” consegue se comunicar melhor com a sua geração e para 76% eles podem trazer mais soluções inovadoras.

Meios de comunicação

Entre os veículos de comunicação mais utilizados para se informar sobre os candidatos, está a televisão, com 89,8%, seguida da internet (54,8%) e rádio (14%). Para a eleição deste ano, 73,5% dos entrevistados relataram que assistirão o horário eleitoral gratuito na TV, 72% assistirão/ouvirão debates e 50,8% buscarão saber mais sobre os candidatos/propostas por meio de redes sociais.

Para Marcos José Zablonsky, professor de Comunicação da PUCPR, a TV ainda é um canal importante de informação.  “A agenda dos candidatos é um bom termômetro da dinâmica da campanha. O boca-a-boca e as pesquisas eleitorais vão ser um balizador para o processo de decisão do eleitor. Para o caso da eleição majoritária, os debates, programas eleitorais e entrevistas serão as fontes de informação da maioria dos eleitores”, explica.