Agentes da PF cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão na sede da Fecomércio do Rio
*Do R7
O presidente da Fecomércio-RJ (Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro), Orlando Diniz, foi preso preventivamente pela PF (Polícia Federal) na manhã desta sexta-feira (23). Diniz é investigado na operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato.
Em dezembro do ano passado, Orlando Diniz foi afastado do Sesc/Senac, do Rio, pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). As investigações apontaram que pessoas ligadas à gestão da Fecomércio-RJ estariam envolvidas em operações irregulares incluindo o desvio de recursos, lavagem de dinheiro e pagamento, com recursos da entidade, de vultosos honorários a escritórios de advocacia, somando mais de R$180 milhões.
Dentro deste valor estão incluídos cerca de R$20 milhões que teriam sido pagos ao escritório pertencente à esposa de um ex-governador do Rio que se encontra recolhido ao sistema prisional à disposição da Justiça.
Ele é investigado por lavagem de dinheiro e envolvimento com o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, no Paraná. Segundo a PF, houve o pagamento de salários para pessoas que não trabalhavam na Fecomércio e seriam funcionários de Cabral e também familiares próximos de outros membros da organização criminosa.
Além da prisão preventiva de Diniz, a PF também cumpre três mandados de prisão temporária e pessoas ligadas a ele e 10 de busca e apreensão, sendo um deles na sede da Fecomércio do Rio de Janeiro, localizada na Rua Marquês de Abrantes, 99, no bairro Flamengo.
A operação, batizada de Jabuti, é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal, com apoio da Receita Federal do Brasil. Ela recebeu este nome porque faz alusão a funcionários-fantasmas, que eram conhecidos como “jabutis” pelos funcionários da Fecomércio-RJ.
Envolvimento com Cabral
O repasse de R$ 13.025.183,26, da Fecomércio do Rio ao escritório de advocacia da ex-primeira-dama do Estado Adriana Ancelmo já havia sido alvo da Lava Jato. Em novembro de 2016, quando o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) foi preso, o Ministério Público Federal havia apontado um “crescimento vertiginoso” da banca.
Durante o governo Cabral, o escritório de Adriana Ancelmo recebeu R$ 35,8 milhões de 10 empresas. Uma delas, a Fecomércio do Rio.
Na época, a força-tarefa da Lava Jato chamou a atenção para “o assombroso volume de recursos que a Fecomércio — Federação das Indústrias do Comércio do Rio — passou a desembolsar para o escritório de Adriana Ancelmo principalmente em 2015 e 2016”.
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