O ex-presidente esbravejou não querer ser julgado ‘apenas pela Justiça, mas também nas urnas’
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou na noite desta quarta-feira (10) o desejo de ser candidato à Presidência da República e que acredita que o julgamento dele não deve ser feito somente pela Justiça, mas também nas urnas.
“Eu não quero ser apenas julgado pela Justiça. Quero antes ser julgado pelo povo brasileiro”, esbravejou o ex-presidente, em ato favorável a ele realizado na praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba. “Não quero ser julgado por convicções, mas por provas.”
Segundo a Polícia Militar do Paraná, o ato reuniu cinco mil manifestantes. A senadora Gleisi Hoffmann falou em 50 mil pessoas presentes.
Lula participou do protesto logo após o depoimento ao juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato. A suspeita é que o petista seja o verdadeiro dono do tríplex do Guarujá (SP). Os questionamentos ao ex-presidente duraram cerca de cinco horas.
No palco, o ex-presidente também deu a sua versão para o depoimento. De acordo com Lula, ele esperava que “acusadores mostrassem algum documento de que eu seria o dono do apartamento”. “Mas eles perguntaram se eu conheço (Candido) Vaccari e Paulo Okamotto, e não tenho vergonha deles”, afirmou.
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A ex-presidente Dilma também subiu ao palco em que Lula discursou.
“Nem na ditadura militar ousaram tirar o direito dos trabalhadores. Estão produzindo um retrocesso na previdência”, discursou a ex-presidente. Em momento mais populista, Dilma disse que o atual governo quer acabar com a Petrobras e “vender empresas brasileiras a preço de banana a estrangeiros”.
Lula retomou o microfone, mas um foguetório adiou sua fala. Finalmente, agradeceu à militância, citando diversos ônibus que teriam vindo do Norte a Curitiba.
“Hoje eu disse no meu depoimento que só o Jornal Nacional nestes últimos 12 meses publicou 18 horas de matérias negativas contra o Lula. Significa 12 partidas entre Real Madrid e Barcelona na tentativa de que eu seja massacrado antes do dia em que eu seja julgado”, discursou o ex-presidente.
Ele disse, ainda, que não seria digno de discursar se “tivesse alguma culpa”. “Se for para eu mentir algum dia, quero que um ônibus me atropele”, afirmou.
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