Nota foi publicada no perfil oficial do ex-presidente Lula (Foto: Reprodução/ Twitter)

Enquanto Lula se vê na corrida eleitoral, clima fica tenso entre desembargadores após impasse envolvendo o ex-presidente

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, afirmou, nesta terça-feira (10), que vai ser candidato nas eleições 2018 para “recuperar a soberania do povo brasileiro”. 

Em nota publicada no site oficial do petista, Lula diz que parte do patrimônio brasileiro está sendo “vendida de forma irresponsável” e que o governo está consolidando o suposto complexo que a elite nacional tem em relação aos Estados Unidos.

“É muito triste que parte do patrimônio público, construído com muito sacrifício pelo povo brasileiro a partir da metade do século XX, esteja sendo vendido de forma irresponsável, a preço de banana, para encobrir a ilegitimidade de um golpista, para abrir mão de qualquer soberania que um País precisa ter e consolidar o complexo de vira-lata que a elite brasileira sempre teve em relação aos EUA”, diz a nota.

“Podem ter certeza, vou ser candidato para, entre outras coisas, recuperar a soberania do povo brasileiro”, afirma o petista no texto. Apesar das afirmações do ex-presidente, reportagem do Estado de SP publicada no domingo (8) mostra que siglas de esquerda tratam o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como pré-candidato do PT ao Planalto.

Clima fica tenso entre desembargadores após impasse envolvendo Lula

O clima foi tenso durante o primeiro encontro público entre os desembargadores Rogério Favreto – plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que, no domingo (8), concedeu habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato na Corte que revogou a decisão do colega de libertar o petista, e o presidente do Tribunal, Carlos Eduardo Thompson Flores, que manteve a prisão e retirou o pedido de liminar do plantão.

Durante cerimônia de posse do desembargador Osni Cardoso Filho, realizada nesta segunda-feira (9) na sede do Tribunal em Porto Alegre, os magistrados que estiveram no centro do impasse jurídico do Domingo (8) nem sequer se cumprimentaram. Favreto, Gebran e Flores também não foram vistos conversando entre si, e a imprensa não foi autorizada a lhes dirigir perguntas.

No plenário da Corte, cada magistrado se sentou em seu lugar determinado pelo tempo de casa. Favreto ficou próximo ao desembargador Leandro Paulsen, presidente da 8ª Turma, que julga os casos relacionados à Lava Jato. 

De semblante fechado, Favreto passou boa parte da cerimônia de braços cruzados e digitando no celular e num computador portátil O magistrado reclamou ao desembargador Jorge Antonio Maurique e a um advogado amigo sobre o fato de o ator Alexandre Frota ter divulgado seu número de telefone nas redes sociais. Favreto se queixou do excesso de ligações e mensagens que recebeu.

Gebran trocou poucas palavras com colegas que estavam do seu lado no plenário e sorriu em raras ocasiões. Thompson Flores conduziu a solenidade em tom sério. Em seu discurso, o presidente do Tribunal elogiou o novo colega, afirmando que “a cordialidade é fundamental para o trabalho da Corte”. Os três desembargadores passaram direto pelos repórteres presentes e deixaram o evento sem dar entrevistas.