Delação do senador foi divulgada nesta terça-feira (15) (Foto: Geraldo Magela /Agência Senado)

Documento foi homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, e divulgado nesta terça-feira (15).

O nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece 186
vezes na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), homologada
pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, e divulgada
nesta terça-feira (15). 
 

Em uma das citações, o senador afirmou que partiu de Lula a
ordem para tentar convencer o ex-diretor
da Petrobras Nestor
Cerveró, preso na Operação Lava Jato, a não implicar José Carlos Bumlai numa
eventual delação premiada. 
Delcídio cita ainda a participação do ex-presidente na “compra” de silêncio do empresário Marco Valério no mensalão.

O ex-presidente também aparece em referências à CPI do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Segundo o senador, esse é um tema que aflige Lula, que já o teria procurado para tentar evitar a convocação do lobista Mauro Marcondes e sua esposa Cristina Mautoni.

Procurado pela resportagem, o Instituto Lula informou que não comentaria “falatório”. A nota diz ainda que “quem quiser levantar suspeitas em relação ao ex-presidente Lula que faça diretamente e apresente provas, ou não merecerá resposta”.

A delação
Delcídio
ficou preso por 87 dias após tentar obstruir as investigações da Operação Lava
Jato. Segundo a Polícia Federal (PF), Delcídio foi preso sob a acusação de
tentar promover a fuga de Cerveró do país. O filho de Cerveró, Bernardo,
entregou ao Ministério Público uma gravação sobre o suposto plano. O senador, que foi afastado do PT após sua prisão, firmou o acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) para colaborar com as investigações e fez acusações contra a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Com a
colaboração, o senador pode ter uma eventual redução da pena. Além disso, Delcídio terá que pagar uma multa de R$ 1,5 milhão em 10 parcelas.

Citações
À PGR, o senador petista acusou Dilma de interferir no
Judiciário para tentar barrar as investigações do esquema de corrupção que
atuava na Petrobras. Segundo ele, o ministro do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) Marcelo Navarro foi nomeado após ter se comprometido a votar pela soltura
de empreiteiros presos na Lava Jato.

No acordo, o ex-líder do governo no Senado também cita
irregularidades envolvendo parte da bancada do PMDB na Casa, além de representantes
da oposição, como o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG).
 

No caso dos peemedebistas, os nomes mencionados
foram do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e de seu grupo mais
próximo, formado pelos senadores Romero Jucá (RR), Edison Lobão (MA), Jader
Barbalho (PA), Eunício Oliveira (CE) e Valdir Raupp (RR).

Fonte: Estadão Conteúdo