Um esquema de segurança com cerca de 1 mil policiais foi montado para a chegada do ex-presidente
* Com informaçõs do R7
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será interrogado nesta quarta-feira (13), em Curitiba, pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, no segundo processo a que Lula responde derivado da Operação Lava Jato.
Na ação penal, o Ministério Público Federal (MPF) acusa o ex-presidente de ter recebido da Odebrecht um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) e um terreno em São Paulo para construção da sede do Instituto Lula. Segundo a denúncia, em troca, a empreiteira foi beneficiada em contratos com a Petrobras.
O esquema de segurança montado para a vinda do ex-presidente à Curitiba conta com cerca de 1 mil policiais. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, o número de policiais é bem menor se comparado à primeira vinda de Lula a cidade, em maio deste ano, já que é aguardado a chegada de 5 mil manifestantes na capital paranaense.
A região onde se localiza o prédio da Justiça Federal, no bairro Ahú, será bloqueada a partir das 6h para evitar o transito no local. Moradores da região que forem sair de carro nesta quarta-feira estão sendo orientados a levar documento com foto e comprovante de residência para facilitar a liberação do acesso nas áreas onde haverá policiamento. O depoimento tem início agendado para às 14h.
Às 15h, está previsto um ato na praça Generoso Marques, no centro de Curitiba. No começo da noite, o ex-presidente deverá discursar no local, acompanhado de políticos e apoiadores.
Condenação
Em julho, após o primeiro interrogatório, Moro condenou Lula a 9 anos e 6 meses de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex em Guarujá (SP).
De acordo com o despacho de Moro, “a prática do crime corrupção envolveu a destinação de dezesseis milhões de reais a agentes políticos do Partido dos Trabalhadores, um valor muito expressivo. Além disso, o crime foi praticado em um esquema criminoso mais amplo no qual o pagamento de propinas havia se tornado rotina”.
O juiz continua: “Consequências também devem ser valoradas negativamente, pois o custo da propina foi repassado à Petrobrás, através da cobrança de preço superior à estimativa, aliás propiciado pela corrupção, com o que a estatal ainda arcou com o prejuízo no valor equivalente. A culpabilidade é elevada”.
No despacho, Moro afirma que Lula “recebeu vantagem indevida em decorrência do cargo de Presidente da República, ou seja, de mandatário maior” e enfatiza que a “responsabilidade de um Presidente da República é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes”.
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