Marido suspeito de alterar cenário de crime é preso pela morte da esposa

O marido foi preso por suspeita de matar a esposa. (Foto: Reprodução/RICTV/Montagem RIC Mais)

O marido teria tentado forjar que a esposa tirou a própria vida após assassiná-la

Nelson Rogério Prado, de 43 anos, foi preso pela morte de sua esposa, Adriana Cristina Cazon dos Santos, de 43 anos, ocorrida no dia 23 de julho de 2018, no bairro Atuba, em Curitiba. Segundo o inquérito da Polícia Civil, o marido é suspeito de feminicídio e teria alterado o cenário do crime para que parecesse que a mulher tirou a própria vida.

“Após o crime, o marido montou um cenário fazendo parecer um suicídio, porém graças ao trabalho ágil da polícia foi comprovado o fato, sendo indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e por razão de gênero (feminicídio), cuja pena vai de 12 a 30 anos de prisão”, disse a delegada Sabrina Alexandrine, responsável pelo caso.

Prado responderá também por fraude processual, cuja pena é de três meses a dois anos, considerando que montou a cena do crime, visando confundir a investigação.

A cena do crime

A vítima foi encontrada morta na casa do casal. (Foto: Reprodução/RICTV)

Adriana foi encontrada morta dentro de casa, com um objeto semelhante a uma alça de bolsa enrolada no pescoço, em uma situação que apontava para enforcamento. No entanto, logo na chegada foram percebidos, pela polícia, alguns indícios de homicídio como lesões grandes na cabeça, muito sangue no local e sulcos no pescoço que não eram compatíveis com suicídio.

O laudo pericial confirmou as desconfianças da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Foi assegurado que Adriana morreu por estrangulamento enquanto as lesões causadas na cabeça da vítima foram feitas quando ela ainda estava com vida.

Segundo a polícia, Prado apresentou-se na delegacia um dia após o crime, não sendo possível realizar sua prisão em flagrante, no entanto, já havia sido expedido um mandado de prisão temporária contra ele, o que possibilitou sua prisão assim que se apresentou. “Ele já estava acompanhado de advogado e foi orientado a aguardar a conclusão do trabalho pericial. Embora orientado, não permaneceu no local, alegando que iria a um pronto socorro, fato este que não ocorreu”, revela a delegada, completando ainda que “por todas essas circunstâncias, foi solicitada a prisão temporária de Prado como suspeito do crime, ainda na noite do fato”.

Investigações

Na delegacia, o suspeito preferiu permanecer em silêncio durante seu interrogatório. Durante as investigações, foram ouvidas várias testemunhas, bem como analisado o celular de algumas delas, em que foi possível constatar que, na manhã do dia do crime, o casal havia tido uma briga por razão de uma suposta traição por parte da vítima. “Na fase do interrogatório ele preferiu se manter em silêncio, o que causa estranheza. Caso ele realmente fosse inocente, creio que ele teria um interesse todo de esclarecer a situação”, conta Alexandrine. 

A delegada também afirmou que chegou ao conhecimento da polícia, que já havia um histórico de violência contra Adriana e que Prado já teria tentado atropelar e estrangular a mulher. “Testemunhas relataram que o suspeito era extremamente controlador, agressivo e ciumento, razão pela qual Adriana queria se separar, porém ele não aceitava o divórcio”, relatou Sabrina, acrescentando que “apesar das circunstâncias a vítima nunca registrou boletim de ocorrência, tentando preservar sua imagem e da família”.

O casal tinha um filho de 4 anos. Acredita-se, que a criança estava em casa no momento do crime e foi levada da residência após o assassinato. Ainda não é possível saber se o menino presenciou ou não a morte da mãe.

Situação de Nelson Rogério Prado

Nelson permanece preso e à disposição da Justiça. Diante de todos os fatos e provas, a polícia pediu a conversão da prisão temporária em prisão preventiva apoiado na conclusão de que que ambos discutiram na manhã do crime e que Adriana foi agredida fisicamente. O pedido foi aceito pela Justiça na quarta-feira (22).  

Assista à reportagem sobre a morte da professora Adriana Cristina Cazon dos Santos:

O repórter Daniel Santos entrevistou familiares e testemunhas para saber detalhes do relacionamento do casal.

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22 ago 2018, às 00h00.
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