Fanini é acusado de coordenar de dentro da secretaria um esquema de desvios de recursos de aproximadamente R$ 20 milhões
O ex-diretor da secretaria de educação do estado Maurício Fanini assinou, nesta quinta-feira (29), um acordo de delação premiada com o Ministério Público do Paraná (MP-PR) para colaborar com a Operação Quadro Negro, que investiga o desvio de dinheiro que deveria ser destinado para oito escolas estaduais.
A delação ainda precisa ser homologada pela Justiça, mas o ex-secretário já começou a prestar depoimentos na sede do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-PR.
De acordo com a Justiça, Fanini comandou um esquema de corrupção na construção e reforma de escolas estaduais. Os desvios de recursos chegam a quase R$ 20 milhões.
Em junho deste ano, o ex-diretor fez uma proposta de delação à Procuradoria-Geral da República e afirmou que o dinheiro desviado das escolas serviu para abastecer campanhas eleitorais do ex-governador Beto Richa. Na ocasião, ele ainda afirmou que precisou arrumar R$ 500 mil para complementar a compra do apartamento de Marcelo Richa, filho do ex-governador.
Em nota, a defesa de Beto Richa informou que “A Procuradoria-Geral da República se negou a firmar acordo de colaboração com o senhor Maurício Fanini, tendo em vista que as informações disponibilizadas por ele não auxiliam em nada as investigações. Mas, se o Ministério Público do Paraná teve interesse em firmar acordo com o senhor Fanini, a defesa desconstituirá seu conteúdo, em razão da falsidade de suas declarações”.
Já defesa de Marcelo Richa afirmou que todas as informações já foram prestadas e esclarecidas. E que seu cliente permanece à disposição da Justiça para demais esclarecimentos.
Operação Quadro Negro
A Operação Quadro Negro investiga, desde julho de 2015, o desvio de pelo menos R$ 20 milhões de reais que seriam destinados para obras em escolas estaduais do Paraná. Funcionários e a alta cúpula do governo de Beto Richa são acusados fraudar documentos e usar o dinheiro da Educação para financiar campanhas políticas.
Fanini foi preso pela segundo vez no dia 16 de setembro de 2017. Ele já havia sido detido em 2015, na primeira fase da Operação Quadro Negro.
Construtora Valor
Eduardo Lopes de Souza, proprietário da Construtora Valor, em acordo de delação premiada entregou diversos participantes do esquema de propina e ainda contou como funcionava todo o processo de desvio de dinheiro.
De acordo com os depoimentos, era Fanini que coordenava o processo dentro da Secretaria de Educação do Estado. O objetivo era reunir para campanhas o valor de R$ 32 milhões de reais, mas foram descobertos antes.