José Antonio de Jesus já está preso por propina em contratos da Transpetro. PF deflagrou nesta sexta (23) a operação Sothis II
*Do R7
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal, determinou o bloqueio de R$ 2,325 milhões das contas de três investigados e três empresas que foram alvos da 50ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (23).
A operação, que recebeu o nome de Sothis II, é uma continuação da 47ª fase e apura pagamento de propina e lavagem de dinheiro em contratos da Transpetro, subsidiária da Petrobras. A PF (Polícia Federal) cumpriu mandados de busca e apreensão em Salvador, na Bahia, e em Campinas e Paulínia, em São Paulo.
O bloqueio dos valores foi determinado para as contas de José Antônio de Jesus, ex-gerente da Transpetro para as regiões Norte e Nordeste, e de Ana Vilma Fonseca de Jesus, mulher dele. Também atingiu Behnam Chovghi Iazdi, da empresa Meta Manutenção. A ordem de sequestro de valores também foi para as empresas JRA Transportes, a Sirius Transportes e a Meta Manutenção.
Operação Sothis II
De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), José Antônio de Jesus, ex-gerente da Transpetro para as regiões Norte e Nordeste, teria recebido propina da NM Engenharia, de Luiz Fernando Nave Maramaldo, em contratos com a estatal. José Antônio de Jesus está preso desde novembro do ano passado. Luiz Fernando Nave Maramaldo, fechou acordo de colaboração premiada com Justiça.
Os pagamentos teriam sido feitos pela NM nas contas da empresa Queiroz Correia e da JRA Transportes. A JRA Transportes tem como sócio Victor Fonseca de Jesus, filho do ex-gerente da estatal, mas tinha como verdadeiro gestor, o próprio José Antônio de Jesus. Já a Queiroz Correia é do engenheiro Adriano Correia, que seria um laranja do ex-gerente.
Há também indícios de que a empresa Sirius Transporte e Logísticas Ltda, com sede no mesmo endereço da JRA Transportes, era administrada também por José Antônio de Jesus. No quadro de sócios da empresa estão a esposa e a filha do ex-gerente.
Ainda segundo as investigações, conforme depoimento de José Roberto Soares Vieira, os valores que a JRA recebeu da NM Engenharia não tinham por base qualquer contraprestação econômica. José Roberto Soares Vieira foi sócio do ex-gerente da estatal e disse ter acabado com a sociedade porque José Antônio usava empresa deles para receber pagamentos de propina. José Roberto foi morto no dia 18 de janeiro na região metropolitana de Salvador.
Conforme as investigações, a Meta Manutenção também realizou transferências para as empresas de fachada de José Antônio no total de R$ 2,3 milhões, relacionadas a propinas, entre 2009 e 2011.
Outro lado
O R7 entrou em contato com a defesa de José Antônio de Jesus, de Ana Vilma Fonseca de Jesus e de Vanessa Fonseca de Jesus. O advogado Rafael Guedes informou que vai esperar ter acesso à integralidade do desdobramento da ação para se posicionar sobre.
A Transpetro informou que vem apurando denúncias de irregularidades em contratações da companhia envolvendo o ex-funcionário José Antônio de Jesus. Todas as informações obtidas nas apurações foram encaminhadas ao Ministério Público Federal e demais órgãos competentes. A estatal reitera que é vítima nestes processos e presta todo apoio necessário às investigações da Operação Lava Jato.
O R7 entrou em contato com a NM Engenharia e aguarda o posicionamento da empresa.
O portal também tenta o contato com a Meta Manutenção, Behnam Chovghi Iazdi, JRA Transportes e Sirius.
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