MP solicitou novamente a prisão de médico acusado de matar Renata Muggiati

RAPHAEL É ACUSADO DE MATAR A NAMORADA RENATA MUGGIATI. (FOTO: REPRODUÇÃO/MP-PR)

Raphael Suss Marques foi flagrado em um torneio de pôquer no mesmo dia que deixou de comparecer ao processo a audiência de instrução e julgamento sobre a morte da namorada

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu novamente a prisão preventiva do médico Raphael Suss Marques, acusado de matar a fisiculturista Renata Muggiati em 2015. O primeiro pedido foi feito no dia 6 de janeiro depois que o jovem desobedeceu uma proibição da Justiça.

Torneio de pôquer em Curitiba

De acordo com a Justiça, Raphael, que passou um período preso e está em liberdade provisória desde 2017 mediante o uso de tornozeleira eletrônica, participou de um torneio de pôquer em Curitiba, o que vai contra o impedimento de frequentar bares e estabelecimentos similares.

Para agravar a situação, o MP informou que Raphael deixou de comparecer a uma audiência sob a justificativa de uma alegação falsa. O caso ocorreu no dia 23 de janeiro, data em que estava marcada a audiência de instrução e julgamento sobre a morte de Renata Muggiati no Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. 

MP pede novamente prisão de médico

Em novo pedido, o promotor de justiça alega que o médico “não honrou o compromisso firmado perante a justiça, e inclusive, utilizou-se de subterfúgio para requerer e obter dispensa de sua presença aos atos do processo, para participar de torneio de pôquer, demonstrado e comprovado por imagens e detalhamento de seu monitoramento, enquanto era realizada sua audiência de instrução e julgamento no dia 23 de janeiro de 2019″.

Após o primeiro pedido no dia 6 de janeiro, foi determinado a notificação por parte da defesa do acusado, que deveria justificar ou responder ao requerimento em um período de cinco dias, o que não foi feito. “Tendo em vista a flagrante violação da benesse concedida e do total descaso de sua defesa ao não apresentar justificativa no prazo determinado, novamente comparece perante este Juízo, especializado no Direito da defesa da vítima mulher, visando a revogação da benesse concedida, pois caso contrário, além de fomentar e avalizar a fraude do monitorando, fomentará o descrédito na justiça e violência contra as mulheres”, diz uma parte do documento. 

De acordo com o MP, as medidas protetivas cautelares se demonstrou, nesse caso, fadada ao insucesso. “A conduta do monitorando faz mais que aumentar o descrédito do sistema penal perante a sociedade. Aqui há que se dar exemplo forte de consistente, reproduzindo na população um sentimento de “BASTA”. 

Morte de Renata Muggiati

Renata morreu após cair da janela do apartamento em que vivia com o namorado Raphael, localizado no 31º andar, em setembro de 2015, no centro da capital paranaense. Na época, o crime foi investigado inicialmente como suicídio, mas vizinhos do casal relataram à polícia que os dois viviam um relacionamento conturbado e protagonizavam brigas violentas com frequência. Fotos da modelo com ferimentos no rosto também fizeram a polícia entrar no caso.

Além disso, uma mensagem publicada em sua rede social horas antes de sua morte e apagada posteriormente, também levantaram suspeitas. A postagem dizia: “Bom, aviso a todos q me seguem que hoje eu meu último diante vida, depois de sofrer 3 dias agressões e por amar a pessoa. me suicido feliz e em paz.”

RENATA MUGGIATI E RAPHAEL SUSS (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)

O médico e companheiro da tricampeã de Body Fitness, estava em casa quando Renata supostamente se jogou pela janela. Ele afirmou à polícia que a namorada havia tentado se jogar da janela três vezes naquela noite e que ele conseguiu impedir as duas primeiras. Na terceira vez, ele disse que estava em outro cômodo e não viu Renata se jogar. O médico ainda disse aos policiais que Renata sofria de depressão e estava fazendo acompanhamento psiquiátrico.

13 fev 2019, às 00h00.
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