MPF pede aumento da pena de ex-chefe de gabinete de Beto Richa

Publicado em 11 fev 2020, às 00h00.

A força-tarefa Lava Jato no Paraná (PR) recorreu da decisão da 23ª Vara Federal de Curitiba, que condenou o ex-chefe de gabinete do ex-governador do Paraná Beto Richa, Deonilson Roldo, e do empresário apontado como operador financeiro do político, Jorge Atherino. O Ministério Público Federal (MPF) solicita o aumento das penas.

No recurso apresentado nesta segunda-feira (10) ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o MPF solicita a condenação de Adolpho Julio da Silva Mello Neto, Deonilson Roldo e Jorge Theodócio Atherino, que foram absolvidos do crime de lavagem de dinheiro. O MPF também pediu aumento da multa e  regime inicial fechado para Jorge Atherino, além do aumento da pena para Roldo e para Atherino.

“A condenação de diversos agentes públicos e privados ligados ao caso da envolvendo a concessão da PR-323 é muito significativa, pois passa a mensagem que o Estado brasileiro não tolera práticas que deturpam a livre concorrência e a corrupção no setor de infraestrutura, desaconselhando os operadores deste setor a agir em desconformidade com as regras legais. Todavia, por entender que a punição a alguns réus merece ser maior, dada a gravidade dos fatos, o MPF apresentou recurso, aguardando que o Tribunal reveja o caso pontualmente”, declara o procurador da República e membro da Lava Jato, Alexandre Jabur.

Operação

corrupção no governo do Paraná foi investigada na 53ª fase da Lava Jato. Na ocasião, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, além de diversos mandados de busca e apreensão no Paraná, em São Paulo e na Bahia. O objetivo foi aprofundar as investigações sobre a prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude à licitação referentes à duplicação da PR-323, favorecendo a empresa Odebrecht.

E em 5 de setembro de 2018, a força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná denunciou 11 pessoas pelos crimes de corrupção (ativa e passiva) e lavagem de dinheiro. As provas embasaram a acusação revelaram o pagamento de propinas pela Odebrecht para obter favores ilegais relacionados à Parceria Público Privada (PPP) para exploração e duplicação da PR-323, entre os municípios de Francisco Alves e Maringá, durante o ano de 2014, cujo valor era de R$ 7,2 bilhões.

Entre os denunciados, estão o empresário Jorge Theodócio Atherino, apontado como “operador” (intermediário que gerenciava as propinas) do ex-governador Carlos Alberto Richa (Beto Richa), e o ex-chefe de gabinete deste último, Deonilson Roldo; além de Adolpho Julio da Silva Mello Neto, Benedicto Barbosa da Silva Junior, Fernando Migliacchio da Silva, Luciano Riberiro Pizzatto, Luiz Antônio Bueno Junior, Luiz Eduardo Soares, Maria Lucia Tavares, Olívio Rodrigues Junior e Álvaro José Galliez Novis.