Sororidade: 3 documentários inspiradores sobre sororidade feminima

por Maria Miqueletto
em parceria com Fernanda Xavier
Publicado em 18 jun 2020, às 13h00. Atualizado em: 27 fev 2021 às 14h34.

O conceito de sororidade, teve um grande aumento de buscas após a ex-BBB Manu Gavassi declarar que eu voto na casa seria “por uma questão de sororidade”. Por isso, o RIC Mais preparou uma matéria especial para que você entenda o que significa sororidade, além de indicar três documentários que abordam o tema!

Sororidade significado

O uso da palavra sororidade, para designar a união das mulheres, vem da década de 1960, quando a educadora e ativista Kate Millett propôs a ideia de sorority.

De lá para cá, os movimentos se apropriaram do termo de formas diferentes — e há, ainda, quem nunca tenha ouvido falar sobre, ou desconheça o significado.

O que é sororidade

Falando um pouco sobre o significado de sororidade, o Dicionário Online de Português indica que é uma “relação de irmandade, união, afeto ou amizade entre mulheres, assemelhando-se àquela estabelecida entre irmãs”.

Ou seja, podemos entender que sororidade é a união de mulheres que compartilham as mesmas ideias.

Documentários sobre sororidade feminina

Listamos três documentários que tratam sobre o que é sororidade, de forma implícita ou explícita, e mostram como a união de mulheres ao longo da história ajudou a melhorar a vida de todas.

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A atriz Jane Fonda participa de um dos documentários.

1. Gloria Allred – Justiça para Todas (2018)

O documentário conta a história da advogada estadunidense conhecida no país por lutar pelos direitos das mulheres e defender casos contra grandes nomes da política, do entretenimento e dos negócios.

A trajetória de Gloria Allred na luta pelas mulheres começou ainda na década de 1970, quando estava em curso a segunda onda feminista nos Estados Unidos, marcada por grandes marchas e reivindicações de liberdade, respeito e igualdade salarial no trabalho e direito às escolhas.

A advogada ganhou notoriedade ao começar a participar de programas midiáticos para falar sobre a desigualdade e a injustiça de gênero que as mulheres sofriam. Ela chegou a ser voluntária da National Organization for Woman, famosa organização que teve entre suas criadoras Kate Millett, a educadora que propôs o significado de sororidade.

Gloria decidiu transformar a dor de um abuso em força para ajudar outras mulheres que foram violadas de alguma forma.

“Meu compromisso com as mulheres vem da minha experiência de vida. Eu achava que o que aconteceu comigo foi apenas má sorte. Eu não percebia que o que acontece comigo, aconteceu com milhares de outras mulheres”, comenta em um trecho do documentário.

Está disponível na Netflix.

2. Feministas: o que elas estavam pensando? (2018)

Nas décadas de 1960 e 1970, elas desconstruíram padrões sociais sexistas, abraçaram umas às outras e descobriram seu poder de mudar o mundo. No ano passado, o documentário reuniu essas mulheres que lutaram por seus direitos décadas atrás para lembrarem, afinal, o que estavam pensando na época. Convidaram, também, mulheres jovens para comentarem sobre as mudanças do movimento ao longo desse tempo. 

Dirigido por Johanna Demetrakas, o documentário mostra as feministas fotografadas por Cynthia MacAdams no livro Emergence, publicado em 1979, que, anos mais tarde, transformou-se na exposição Feminist Portraits 19741977, na Galeria Steven Kasher, em Nova York.

O documentário mostra a segunda onda feminista, fase em que as mulheres estadunidenses foram às ruas lutar por

  • Acesso igualitário a direitos e escolhas sobre o próprio corpo
  • Visibilidade lésbicas
  • Oportunidades
  • Igualdade salarial no trabalho

A fotógrafa MacAdams percebeu que havia algo de diferente nelas – e queria ver se a câmera conseguiria captar essa essência. Fotografou-as no momento em que se sentiam mais livres – o resultado são fotos marcantes e inspiradoras.

E, de quebra, ainda conhecemos melhor personagens incríveis, como as atrizes Jane Fonda e Lily Tomlin, da série Grace & Frankie, a artista plástica Judy Chicago, a cantora Michelle Phillips e  a artista Laurie Anderson.

Está disponível na Netflix.

3. Absorvendo o Tabu (2018)

Quando meninas ficam menstruadas no Brasil, elas, no máximo, perdem um dia de escola. Na Índia, elas podem nunca mais poder frequentar a escola novamente. Vencedor do Oscar de melhor documentário curta-metragem de 2018, Absorvendo o tabu mostra o cotidiano de uma comunidade rural no distrito de Harpur, na Índia.

Por mais que por aqui também exista um tabu em torno da menstruação, por lá, o machismo é tão forte que as jovens abandonam os estudos e não têm acesso à higiene básica. Isso é conhecido como pobreza menstrual. “Não acredito que um filme sobre menstruação ganhou um Oscar”, celebrou a diretora Rayka Zehtabchi.

O curta de 25 minutos mostra a implementação de uma máquina que produz absorventes biodegradáveis a preços acessíveis e de forma fácil. O que parece um pequeno passo, representa uma grande revolução para a vida das mulheres e meninas indianas.

As garotas comumente utilizam tecidos sujos, folhas e até cinzas para impedir que o sangue saia, o que gera infecções graves. Em trechos do documentário, aparecem entrevistas com indianos com perguntas sobre menstruação – alguns nem sequer sabem o que é. Entre as pessoas do sexo feminino, há vergonha e muita falta de conhecimento também.

Está disponível na Netflix.

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