Musicoterapia | conheça melhor sobre essa área de atuação
Musicoterapia é uma ciência que utiliza a música. No dia 15 de setembro é comemorado o Dia Nacional do musicoterapeuta, o profissional que atua nessa área. Existem várias linhas de atuação, e muitas histórias de superação após o uso dessa terapia. Conheça mais sobre a musicoterapia e seus benefícios! ? ? ? ?
Musicoterapia uma alternativa diferenciada
A musicoterapia pode ser benéfica em diferentes situações, porém ainda não é muito conhecida. Saiba mais sobre o assunto!
O que é a musicoterapia?
A musicoterapia ainda é pouco conhecida. Ela é uma ciência, uma disciplina que tem como estudo a relação do ser humano com o som e a música. A terapia faz uso de recursos musicais visando intervenções terapêuticas.
Assim, isso já tira a questão de que uma pessoa escutando música não se enquadra em musicoterapia, mesmo que muitas vezes as composições musicais façam bem. Afinal, a musicoterapia vai além. O musicoterapeuta está preparado para conduzir o paciente em um processo de terapia por meio de intervenções musicais.
Alecsandra Joucoski Muraski faz parte da diretoria da Associação de Musicoterapia do Paraná, é professora de música, musicoterapeuta com pós em psicomotricidade e trabalha faz 15 anos na área. Ela fala um pouco sobre essa diferenciação. Para a profissional a escuta da música é extremamente benéfica, contudo ressalta que a prática do ouvir, é sim diferente, da Musicoterapia.
“A mesma tem um plano de cuidado, objetivos, um processo musicoterápico, avaliações específicas. Assim como a conversa com um amigo nos ajuda, mas é diferente de um atendimento com um psicólogo”, conta ALECSANDRA.
Áreas de atuação da musicoterapia
A musicoterapia possui diversas áreas de atuação. Confira algumas das áreas que o profissional pode atuas:
- Linha terapêutica para todas as pessoas
- Para todas as idades
- Pessoas com doenças
- Pessoas sem doenças
- Pessoas que possuem alguma deficiência
Porém, esse tipo de terapia vai muito além da música. Os profissionais trabalham com o ritmo, a melodia, a tonalidade e as letras. Ao contrário do que se pensa, que música tem como base as letras das composições, não é toda a linha da musicoterapia que faz uso das mesmas.
Quais são os benefícios da musicoterapia?
A musicoterapia possui objetivos específicos de acordo com cada paciente, afinal cada pessoa é uma pessoa e possui suas particularidades. Porém, pode-se citar alguns benefícios generalizados que esse tipo de terapia pode gerar:
- Articulação das palavras através do canto
- Relaxamento de tônus muscular
- Controle de movimentos corporais
- Melhora na atenção
- Melhora na concentração
- Melhora a expressividade
- Melhora da autoestima
- Melhora da noção de tempo e espaço
Como trabalhar na área de musicoterapia
Não são todas as faculdades que possuem o curso de musicoterapia. Contudo, é possível que profissionais de outros ramos como pedagogia, psicologia e música por exemplo façam especializações. Assim, podem atuar com a musicoterapia, mas precisam ter conhecimento musical.
A musicoterapeuta Letícia Nogueira Salum, tem 30 anos de atuação na área e conta que na época que prestou vestibular não conhecia o curso. Ela estudava piano e tinha como sonho cursar medicina, mas os planos acabaram mudando quando um conhecido comentou sobre a musicoterapia.
“Tentei dois vestibulares, mas não passei. Então, o plano era estudar musicoterapia e continuar tentando medicina, mas acabei me apaixonando pelo curso”, DECLARA lETÍCIA.
Letícia já atuou em várias áreas da profissão como psiquiatria infantil, jovens com deficiência mental e severa e com crianças da pré-escola. Atualmente ela trabalha com neurologia, que acaba envolvendo por exemplo pacientes com dificuldades e deficiências e pessoas com autismo. E conta que para atuar com pessoas especiais sentiu a necessidade de se especializar em psicologia corporal.
Para ser musicoterapeuta é necessário saber tocar instrumentos
O musicoterapeuta Thomas Rodolfo Brenner, tem especialização em psicanálise e está há 11 anos atuando na área. Ele conta que se for avaliado que uma experiência de composição é necessária para que um paciente possa expressar um determinado sentimento, o terapeuta precisa ser tecnicamente capaz de compor para conseguir realizar a experiência.
Outro caso é se o paciente se sente inseguro ao tocar algum instrumento. Nesse caso é importante que o terapeuta saiba tocar um instrumento para acompanhar o paciente e auxilia-lo.
Brenner acrescenta a situação de que algum paciente pode ser capaz de fazer melhor os exercícios da fisioterapia quando acompanhado por um estímulo musical. Se será uma música gravada e reproduzida por um aparelho ou tocada pelo musicoterapeuta, o profissional que deve avaliar. Contudo, “o musicoterapeuta precisa saber tocar um instrumento para poder avaliar se esse seria o estímulo adequado”.
Casos de superação pela musicoterapia
A musicoterapia transforma vidas e acaba influenciando em diversas histórias de superação. A musicoterapeuta Letícia Salum conta que teve muitos casos que marcaram a carreira dela como uma paciente com deficiência motora grave por causa de paralisia cerebral.
A paciente estava fazendo fazendo musicoterapia em grupo com o objetivo de melhorar questões físicas como a ampliação de movimentos corporais, consciência do próprio corpo, melhora da autoestima, liberação vocal, a adaptação da música dentro do ritmo possível para cada paciente e entre outros.
Porém, após algum tempo participando das sessões em grupo, a paciente disse que sairia pois tinha grandes dificuldades motoras. Letícia pediu a ela que desse mais uma chance e fizesse mais alguns exercícios em casa. A paciente acabou topando o desafio.
“Ela só mexia a cabeça, e os movimentos desta eram acelerados demais, não importando o ritmo apresentado”.
Então, depois de uns 3 meses, a paciente começou a manusear a cadeira de rodas. Ela conseguiu se locomover e dançar sobre a cadeira.
Letícia conta que o grupo teve um resultado corporal surpreendente e se transformou em um grupo de dança e expressão corporal com enfoque musicoterapêutico. O mesmo passou inclusive a se apresentar externamente em eventos.
A musicoterapeuta Alecsandra Joucoski Muraski conta que as maiores histórias de superação que já vivenciou foi durante o tempo que trabalhou em um projeto no hospital Erasto Gaether.
“Já atuei com hemofílicos, autista, síndrome de down, paralisia cerebral, doenças mentais e entre outros. Mas o que mais me marcou foi os pacientes terminais com câncer. Eles estavam se despedindo da vida e a Musicoterapia nesse momento era um acalanto para a alma”.
Assim, profissional ressalta que foi um período que mudou e marcou sua vida e fez com que a mesma mudasse, inclusive, como pessoa.
Como funciona uma sessão de musicoterapia
O musicoterapeuta Thomas Rodolfo Brenner conta que a condução de uma sessão acaba variando, pois depende da situação.
Para Brenner isso acaba dependendo da formação do profissional e do campo de atuação do mesmo, além de uma avaliação prévia: “Em todos os casos, se faz uma avaliação inicial que ajudará a definir os objetivos do trabalho”.
Em uma sessão é possível fazer diversas atividades dentre elas pode-se citar:
- Ouvir música
- Dançar
- Cantar
- Cantarolar
- Explorar instrumentos livremente
- Compor ou recriar músicas
- Conversar sobre música
- Expressar-se por diversos meios de comunicação não-verbal
Tem mais alguma dúvida sobre a musicoterapia? Envia sua pergunta para a gente! E feliz Dia Nacional da Musicoterapia para todos os profissionais da área que se dedicam diariamente! ❤️??