O que é glaucoma: conheça mais sobre a doença que pode evoluir para cegueira

por Fernanda Xavier
da equipe de estágio RIC Mais, sob supervisão de Larissa Ilaídes
Publicado em 22 maio 2020, às 00h00.

Em 26 de maio é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, doença que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), deve atingir mais de 111 milhões de pessoas no mundo até 2040.

Já de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em dezembro de 2019, há mais de 6,5 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência visual, deste total, 600 mil pessoas são cegas.

Desenvolvendo soluções para à saúde dos olhos, a ZEISS, alerta sobre a importância do diagnóstico precoce do glaucoma, conhecido como uma doença silenciosa que evolui para à cegueira.

Um pouco mais sobre o glaucoma

Confira abaixo algumas dicas e explicações do oftalmologista Jayter Silva de Paula, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto:

O que é o glaucoma

O glaucoma é uma doença progressiva do Nervo Óptico, cujas lesões são causadas grandemente pelo aumento da pressão intraocular, levando ao comprometimento visual. Em mais de 80% dos casos, se não for tratado, pode evoluir para perda total da visão.

Segundo a OMS, 2,4 milhões de novos casos de glaucoma são registrados anualmente, o que totaliza 60 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Glaucoma, a doença atinge pelo menos 1.2 milhão de pessoas acima dos 40 anos.

Tipos de glaucoma

Existem diversas formas de glaucoma, sendo que o mais comum é o ‘glaucoma primário de ângulo aberto’ (crônico), causado por uma alteração funcional na região do ângulo da câmara anterior, que impede a saída do humor aquoso (líquido incolor e transparente, que nutre a córnea e o cristalino, e participa da regulação da pressão intraocular) e aumenta a pressão intraocular.

Já o ‘glaucoma primário de ângulo fechado’ pode ocorrer de forma aguda, quando a saída do humor aquoso é subitamente bloqueada, originando um aumento rápido, doloroso e grave na pressão intraocular.

O ‘glaucoma congênito’, como o nome já diz, é herdado geneticamente e pode se apresentar logo ao nascimento. Este tipo de glaucoma é considerado raro e se descoberto, deve ser tratado imediatamente.

Outras formas de glaucoma, como os ‘glaucomas secundários’ costumam ser causados principalmente pelo uso de medicamentos, como corticosteroides, por traumas e por outras doenças oculares e sistêmicas, como as inflamações oculares graves.

Principais sintomas

Por ser uma doença assintomática em grande parte dos casos, a perda da visão só acontece em casos mais avançados da doença, comprometendo usualmente a visão periférica. Depois, o campo visual vai piorando progressivamente, podendo gerar uma visão tubular e, subsequentemente, cegueira se não for diagnosticada em tempo e tratada.

Menos frequentemente, alguns outros sintomas apresentados acabam se confundindo com outras doenças oculares, por exemplo:

  • Dor grave e súbita em um olho
  • Visão diminuída ou embaçada
  • Náusea e vômito
  • Olhos vermelhos
  • Aumento de um olho ou de ambos os olhos (crianças)
  • Alta sensibilidade à luz
  • Entre outros

Como é feito o diagnóstico

Somente o médico oftalmologista pode realizar o diagnóstico correto, por meio de exames de fundo de olho, medidas da pressão intraocular e detecção de outras alterações no nervo óptico, para então confirmar a doença.

Para um diagnóstico mais rápido, é importante realizar consultas regularmente com o oftalmologista, lembrando-se sempre de avisá-lo sobre:

  • Possíveis sintomas e há quando tempo apareceram
  • Histórico familiar da doença
  • Doenças pré-existentes consideradas fatores de risco
  • Diabetes
  • Problemas cardíacos
  • Hipertensão e hipertireoidismo
  • Bem como medicações de uso contínuo ou rotineiro

Tratamento

O tratamento indicado vai depender do tipo e de quão severo é o glaucoma. Por isso, diagnosticar a doença com precisão, bem como identificar rapidamente sua progressão é fundamental.

Nos casos de glaucoma de ângulo aberto, o tratamento mais comumente indicado é baseado no uso de colírios que reduzem a pressão intraocular. Já para o glaucoma de ângulo fechado, além do uso dos colírios, podem ser realizadas medicações por via oral ou endovenosa. Enquanto nos casos de glaucomas congênito e aqueles mais graves que não respondem ao tratamento medicamentoso, se faz necessário realizar procedimento cirúrgico.

Auxílio no diagnóstico e tratamento

Para auxiliar os oftalmologistas no diagnóstico e tratamento do pacientes com glaucoma, a ZEISS, empresa de tecnologia voltada à saúde ocular, desenvolve a plataforma ZEISS FORUM®️ Glaucoma Workplace, que permite o acompanhamento dos exames de campo visual e tomografia de coerência óptica (OCT), mostrando toda evolução no tratamento, com análise de estrutura e função.

Ideal para o atendimento clínico, permitindo ao médico visualizar em uma única tela o estágio do glaucoma e eventual progressão da doença, possibilitando uma tomada de decisão rápida e segura.