Com a palavra, Dr. Mário Petrelli:
“Veja o que está acontecendo na Argentina. Querem asfixiar o grupo Clarin. Repete-se o que aconteceu em 1953 no Peru quando asfixiaram o La Prensa, que era o jornal mais independente e mais forte da América Latina.
Enquanto o governo não acabou com o La Prensa, ele não ficou satisfeito. Aí estabeleceu a ditadura até que ele caiu em 1955. O que aconteceu no Brasil? Assis Chateaubriand era uma espécie de absoluto. Aí quando cassaram a Tupi, a Globo ficou forte demais. Surgiram as outras estações que estavam procurando ocupar o seu espaço, que é fundamental para se ter liberdade de preço, liberdade de opinião, concorrência. O governo também não pode ficar na mão de uma rede que impõe e faz o que quer.
Chateaubriand fazia o que queria quando foi dono da comunicação no Brasil. Ele exigiu do Juscelino ser nomeado embaixador em Londres e levou oito meses para assumir a embaixada! Depois surgem alternativas: Samuel Wainer, com o apoio de Getúlio Vargas, criou a Última Hora; depois vem a Manchete, com o Juscelino [Kubitschek]; vêm a Globo, a Excelsior, a Bandeirantes… Começa a diminuir aquele poder [centralizado].”