Os dois candidatos favoritos são contra a legalização do aborto e prometem combater a corrupção e reduzir a desigualdade (Foto: Ilustrativa/ Pixabay)

Dos dez candidatos, o governista Mario Abdo Benitez é o favorito, com 56% das intenções de voto

Os 4,2 milhões de eleitores do Paraguai vão às urnas neste domingo  (22) para eleger o presidente do país que, nos últimos cinco anos, cresceu em média 6%. O desempenho econômico é expressivo, comparado ao dos demais países da região. Dos dez candidatos, o governista Mario Abdo Benitez é o favorito, com 56% das intenções de voto, segundo as últimas pesquisas de opinião.

O jovem senador, de 46 anos, fez campanha com o slogan “Marito de la Gente (Mariozinho do Povo)”. Ele representa a ala conservadora do Partido Colorado, que domina o Paraguai há sete décadas. Seu pai foi secretário privado do ex-ditador Alfredo Stroessner – o homem que governou o país durante 35 anos, até ser derrubado em um golpe de Estado e morrer no exílio em Brasília, em 2006.

O segundo colocado nas pesquisas, Efraim Alegre, do tradicional Partido Liberal Radical Autêntico, se aliou à Frente Guasú de esquerda – a mesma que elegeu Fernando Lugo presidente em 2008. Lugo, que acabou sendo destituído em 2012, foi o único presidente não Colorado desde 1947.

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Tanto Mario Abdo Benitez quando Efraim Alegre tem propostas de governo parecidas e conservadoras. Os dois são contra a legalização do aborto, prometem combater a corrupção e reduzir a desigualdade, responsável pela pobreza que afeta 29% dos paraguaios. Benitez conta com o apoio da maioria dos 350 mil brasiguaios – como são chamados os brasileiros que emigraram para o Paraguai.

A primeira leva de brasiguaios foi atraída pelas facilidades oferecidas, durante a ditadura de Stroessner, para quem quisesse investir na nova fronteira agrícola –  muito antes do preço da soja subir no mercado internacional. O atual governo, do presidente Horácio Cartes (que também é do Partido Colorado) atraiu investimentos brasileiros com uma política de incentivo fiscal. Pequenas e médias empresas mudaram uma parte de sua produção para o Paraguai, onde pagam menos impostos, salários menores e energia mais barata.

Neste domingo, além de escolherem um novo presidente, que terá mandato de cinco anos, os paraguaios vão eleger 17 governadores, 47 senadores e 80 deputados federais.