A indústria do Paraná teve o melhor desempenho do País na geração de postos de trabalho e rendimento dos trabalhadores em junho, conforme a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 14 locais (13 estados mais a região Nordeste). O emprego industrial cresceu 1,8%, em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto na média nacional houve queda de 1,8%. Os salários pagos pela indústria no Estado aumentaram 7,9% na mesma base de comparação, acima da média nacional, de 3,7%.

Dos 10 estados em que o IBGE realiza a pesquisa, só Paraná e Minas Gerais (0,3%) tiveram resultados positivos. O desempenho positivo da indústria paranaense é explicado pelo aumento no número de empregados nos setores de máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações (38,1%), fumo (28,8%), têxtil (10,2%), produtos químicos (7,7%), metalurgia (7,4%), refino de petróleo e álcool (6,1%), minerais não metálicos (5,8%), alimentos e bebidas (5,4%) e meios de transporte (3,2%).

O Paraná ficou em primeiro lugar também no aumento real dos salários pagos em junho, em relação ao mesmo mês de 2011. A ampliação foi determinada pela subida nos rendimentos dos ramos máquinas e aparelhos elétricos (47,0%), química (18,3%), minerais não metálicos (10,5%), meios de transporte (8,9%), alimentos e bebidas (8,6%), têxtil (8,4%) e metalurgia (8,0%).

O parque industrial do Estado foi o líder no País em horas trabalhadas (aumento de 2,1% contra redução de 2,6% para o Brasil). Apenas Paraná e Minas Gerais (0,1%) tiveram variação positiva.

Acumulados – Os números do primeiro semestre também colocam a indústria paranaense na liderança em relação a emprego, rendimentos e horas pagas. O contingente ocupado cresceu 3,3%, versus contração de 1,2% no Brasil, enquanto os salários subiram 10,3%, praticamente três vezes mais que a média nacional, de 3,8%. O número de horas pagas aumentou 1,9%, enquanto em âmbito nacional o índice decresceu 1,9%.

As performances mais expressivas foram das atividades de máquinas e aparelhos elétricos, meios de transporte, refino de petróleo e álcool, alimentos e bebidas, têxtil, produtos químicos, metalurgia e minerais não metálicos.

No índice anual, referente aos 12 meses anteriores a junho, a indústria estadual também alcançou a melhor classificação nacional em pessoal empregado (crescimento de 4,8%, contra queda de 0,6% para o Brasil), sustentada em máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações (38,8%), alimentos e bebidas (12,8%), meios de transporte (8,6%), metalurgia (8,6%), têxtil (8,3%), outros produtos (6,9%), minerais não metálicos (6,7%) e produtos químicos (6,2%).

Em massa de salários reais pagos, o Paraná conquistou o primeiro lugar (10,9% contra 3,5% no País). Os maiores acréscimos ocorreram em máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações (44,6%), meios de transporte (19,1%), fumo (15,8%), outros produtos (15,4%), alimentos de bebidas (14,7%), produtos químicos (13,3%) e metalurgia (11,4%). Em horas trabalhadas, com ampliação de 1,2%, ante recuo de 1,4% no Brasil, o Paraná ocupa o terceiro posto entre os estados acompanhados, atrás de Pernambuco e Minas Gerais.

Análise – O economista Gilmar Lourenço, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), diz que o fato de as contratações terem aumentado, embora a produção industrial paranaense tenha caído 7,5% em junho, mostra que o setor está otimista. “Apesar da queda na produção, o setor aposta na melhora do cenário econômico a médio e longo prazos”, afirma. Segundo ele, “o mais importante é que os empregos estão em setores variados e de maior emprego de tecnologia, o que gera dinamismo para o consumo”, afirmou.