O plano de investimentos e gestão que a Telecom Itália (TIM) apresentou à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está bem delineado, com começo, meio e fim, além do compromisso de investimentos a médio e longo prazo, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, depois de reunião com o presidente da operadora, Franco Bernabé, na quarta-feira (25).
O ministro declarou que Bernabé reclamou um pouco da “severidade” da medida da Anatel, que suspendeu, desde a última segunda-feira (23), a comercialização de chips das empresas de telefonia móvel TIM, Claro e Oi. Os dirigentes da TIM disseram que a suspensão teve “impacto muito pesado no valor de capital das empresas do grupo”, estimado em US$ 2,5 bilhões, e consideraram que a Anatel poderia ter adotado “medida menos drástica”, segundo o ministro.
Paulo Bernardo contemporizou, porém, que as falhas no serviço móvel da empresa vinham se acumulando, com volume muito grande de ocorrências. Contou-lhes inclusive de experiência própria, de não conseguir completar ligação telefônica em viagem a Porto Alegre.
O ministro enfatizou que chega um momento em que o governo tem que tomar medidas mais severas. Ressaltou, contudo, que “não temos qualquer interesse em demonizar as empresas, nem levar a suspensão além do tempo necessário”, que ele estimou na véspera como sendo em torno de 15 dias para que a venda de linhas de telefonia seja retomada.
Paulo Bernardo destacou, no entanto, que não tem expectativa de solução rápida para todos os problemas, mas acha possível apontar soluções, mostrar caminhos e assumir compromissos. Ele disse que os dirigentes da operadora manifestaram concordância com o posicionamento do governo brasileiro e destacaram os rumos das duas reuniões já realizadas na Anatel para demonstrar a viabilidade técnica do plano da empresa.