Aécio Neves é alvo de mandado de busca e apreensão (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado – 30.10.2018)

Agentes federais têm 24 ordens para vasculhar imóveis em oito Estados e no Distrito Federal, autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal

A Polícia Federal (PF) iniciou uma operação, nesta terça-feira (11), para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Aécio Neves (PSDB-MG). Batizada de Ross, a ação é um desdobramento da Lava Jato, particularmente a Patmos, de maio de 2017.

Lava Jato e Aécia Neves

Além de Aécio, também é alvo da operação o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP). Também foram citados nas investigações os senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Agripino Maia (DEM-RN) e os deputados federais Benito da Gama (PTB-BA) e Cristiane Brasil (PTB). Porém, não há a confirmação de que há mandados de busca e apreensão contra eles.

Eles são investigados os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa, de acordo com a PF.

48 intimações para oitivas

Ao todo, os agentes cumprem 24 mandados e 48 intimações para oitivas, autorizados pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Os endereços estão localizados em oito Estados — Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Amapá — e no Distrito Federal. Duzentos policiais federais estão nas ruas.

As investigações da PF apontam que as vantagens indevidas teriam sido solicitadas a um grande grupo empresarial de frigoríficos, incluindo valores pagos durante a campanha presidencial de 2014. O esquema teria funcionado de 2014 a 2017.

O dinheiro, que ultrapassa R$ 100 milhões, teria sido usado para obtenção de apoio político. Segundo a PF, “suspeita-se que os valores eram recebidos através da simulação de serviços que não eram efetivamente prestados e para os quais eram emitidas notas fiscais frias”.

Delações premiadas

As informações que culminaram na operação de hoje têm por base as delações premiadas do empresário Joesley Batista e do ex-executivo Ricardo Saud, ambos do grupo J&F. O repasse de propinas a Aécio Neves seria da ordem de R$ 110 milhões.

O R7 procurou a defesa de Aécio e a assessoria de Paulinho da Força, mas não foram encontradas até o momento. A reportagem tenta localizar a defesa da deputada Cristiane Brasil. Procuradas, as defesas dos senadores Antônio Anastasia e Agripino Maia e do deputado federal Benito da Gama (PTB-BA) não foram encontrados para comentar a operação da Polícia Federal.