PF prende um dos maiores traficantes da América do Sul

Somente neste sábado, durante a deflagração da operação, foram apreendidos cerca de US$ 10 milhões em patrimônio do traficante conhecido como Cabeça Branca (Foto: Divulgação/PF)

Para se esconder, o traficante, que tem patrimônio avaliado em US$ 100 milhões, mudou de identidade e fez cirurgias plásticas; veja fotos de antes e depois

A Polícia Federal (PF) prendeu neste sábado (1º) um dos maiores traficantes de drogas a América do Sul, de acordo com a instituição. Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca, foi preso durante operação da PF paranaense em Sorriso (MT). Além dele, também foi preso em Londrina, no norte do PR, Wilson Roncarati, considerado pela PF o braço direito de Cabeça Branca.

Considerado pela PF como um dos “barões das drogas” do Brasil, Luiz Carlos teve as feições alteradas por cirurgias plásticas e atualmente utilizava a identidade de Wilson Roncarati. Diante da suspeita de identificação de Cabeça Branca, foi acionada área pericial da Polícia Federal que, de posse de dados fotográficos com os antigos traços faciais de Luiz Carlos da Rocha e a atual identidade fotográfica de Vitor Luiz de Moraes, concluiu-se que Luiz Carlos da Rocha e Vitor Luiz de Moraes é a mesma pessoa.

A Operação Spectrum embasou-se em investigações e ações de inteligência que conectaram as atividades ilícitas aos reais operadores do tráfico de drogas. De acordo com a PF, as prisões deste sábado desarticularam o núcleo e comando do grupo criminoso que traficava grandes cargas de cocaína entre o Brasil e o exterior.

A Polícia Federal recebeu apoio da polícia paraguaia para realizar buscas e apreensões no país vizinho, onde Luiz Carlos é proprietário de diversas fazendas e mantinha parte de suas operações criminosas. O patrimônio adquirido por Luiz Carlos da Rocha com o tráfico internacional de drogas pode atingir a soma de US$ 100 milhões, entre veículos e imóveis no Brasil e em outros países (registrados em nome de “laranjas”), e recursos em contas bancárias em paraísos fiscais, que devem ser alvo de uma segunda fase da Operação Spectrum,

Somente neste sábado, durante a deflagração da operação, foram apreendidos cerca de US$ 10 milhões em patrimônio, concentrado em fazendas, casas, aeronaves, diversos imóveis e veículos de luxo importados. Os presos responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, associação para o tráfico, falsificação de documentos públicos e privados e organização criminosa, com penas somadas que passam de 20 anos de prisão. Além disso, Luic Carlos já foi condenado pela Justiça Federal a penas que somam mais de 50 anos de prisão.

A quadrilha de Cabeça Branca

A organização criminosa de tráfico internacional de drogas liderada por Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, possuía perfil de extrema periculosidade e violência, sendo desvendada durante as investigações a utilização de escoltas armadas, ações evasivas, carros blindados, ações de contra vigilância a fim de impedir a proximidade policial, porte de armas de grosso calibre, bem como o emprego de ações violentas e atos de intimidação para se manter em atividade por aproximadamente 30 anos no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.

O grupo criminoso operava como uma estrutura empresarial, controlando e agindo desde a área de produção em regiões inóspitas e de selva em países como a Bolívia, Peru e Colômbia, até a logística de transporte, distribuição e manutenção de entrepostos no Paraguai e no Brasil, fixando-se também em áreas estratégicas próximas aos principais portos brasileiros e grandes centros de consumo, dedicando-se à exportação de cocaína para Europa e Estados Unidos. Também foi apurado que Luiz Carlos da Rocha é um dos principais fornecedores de cocaína para facções criminosas paulistas e cariocas. Estima-se que a quadrilha liderada por ele era responsável pela introdução de 5 toneladas de cocaína por mês em território nacional com destino final ao exterior e Brasil.

Segundo as investigações, a cocaína era transportada em aviões de pequeno porte que partiam dos países produtores Colômbia, Peru e Bolívia, utilizando-se do espaço aéreo venezuelano com destino para fazendas no Brasil, na fronteira entre os estados do Pará e Mato Grosso. Depois de descarregada dos aviões do narcotráfico, a cocaína era colocada em caminhões e carretas, com fundos falsos especialmente preparados para o transporte da droga, cujo destino era o interior do estado de São Paulo para distribuição para facções criminosas paulista e carioca, ou o Porto de Santos/SP, de onde era exportada para Europa ou Estados Unidos.

Operação Spectrum

O nome da operação,  derivado do latim, tem o significado na língua portuguesa como espectro/fantasma, uma referência ao líder da organização criminosa (ORCRIM), Luiz Carlos da Rocha, criminoso que vivia discretamente e nas sombras.

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1 jul 2017, às 00h00.
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