Temer disse que PMDB deve anunciar decisão em uma reunião na terça-feira (29) (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Afirmação teria sido feita durante conversa com o ex-presidente Lula no fim da tarde de domingo (27), em São Paulo

O vice-presidente
da República, Michel Temer, anunciou que o Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB) deixará de apoiar o governo Dilma Rousseff. A afirmação teria sido feita durante uma conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim
da tarde de domingo (27), em São Paulo.

Temer teria
dito a Lula que o processo de afastamento está adiantado nas bases do partido e
é praticamente certo que o anúncio oficial seja feito na terça-feira (29).

Nesta
segunda-feira (28), Lula concedeu entrevista aos jornalistas, também em São
Paulo, e afirmou que é certa a saída do PMDB do governo. O ex-presidente disse
ainda que a estratégia para barrar o impeachment da presidente Dilma Rousseff é
atrair setores do partido sem o conhecimento da direção peemedebista.

Um caso como
esse já aconteceu em 2003, quando alguns integrantes do PMDB assumiram cargos
no primeiro governo Lula sem que o partido tivesse aderido formalmente.

“Vai
acontecer o que aconteceu em 2003 e vamos ter uma espécie de coalizão sem a
concordância da direção. Não sei se é possível, mas acho que é”, disse
Lula aos jornalistas estrangeiros.

Segundo o
petista, os sete ministros do PMDB disseram que não vão deixar os cargos e que
vão ajudar nas articulações para manter setores do partido contra o
impeachment.

Nesta tarde,
Lula viajou para Brasília com o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT),
Rui Falcão. O objetivo da viagem é uma série de conversas com parlamentares de
vários partidos, inclusive o PMDB. No entanto, ainda não se sabe quanto da ala
peemedebista vai abandonar o governo federal.

O ex-presidente Lula
e o PT vão agir para evitar que a reunião de terça-feira reforce a ideia de que
Temer está passando por cima do partido e também para impedi-lo de arrastar consigo partidos
menores que ainda se mantém fiel ao governo.

Fonte: Estadão Conteúdo