Numa operação com a participação de mais de 150 policiais, a Polícia Civil prendeu 29 suspeitos de tráfico de drogas no bairro Cidade Industrial de Curitiba, entre quarta e quinta-feira. A operação também resultou na apreensão de 2,1 quilos de cocaína (mais 23 buchas prontas para a distribuição), 1,4 quilo de maconha e 1,4 quilo de crack, além de 70 pedras da droga. A polícia apreendeu ainda três revólveres, uma pistola calibre 45, uma pistola 9 mm e 37 munições.
A ação é mais uma etapa da Operação Liberdade, que vem sendo realizada em várias cidades do Estado, sob a coordenação da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc). O trabalho, iniciado na quarta-feira (25), tinha como objetivo cumprir 23 mandados de prisão e 26 mandados de busca e apreensão em pontos de venda de drogas – identificados após três meses de investigação e com base em denúncias da população.
Segundo a polícia, a quantidade de crack apreendida geraria um volume de 7 mil pedras que, vendidas no varejo, renderiam um lucro de cerca de R$ 70 mil aos traficantes. Além de drogas e armas, a polícia apreendeu R$ 4 mil em dinheiro.
O delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius Michelotto, disse que as ações atendem à determinação do governador Beto Richa e do secretário de Estado da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida Cesar, para que a polícia realize etapas da operação em todo o Estado. “A determinação é para que a Polícia Civil não meça esforços no sentido de combater os grandes traficantes do nosso Estado. O objetivo é que isso se reflita diretamente nos índices de homicídios na capital e em todas as grandes cidades”, afirma.
Flagrante – A partir das investigações, a polícia identificou Everton Alves do Espírito Santo como um dos principais distribuidores de drogas da CIC – considerada um dos locais com maior índice de homicídios na capital, a maioria motivada pelo crime de tráfico de drogas. Everton foi preso em flagrante na posse de dois quilos de cocaína, no momento em que se preparava para iniciar a mistura da droga com outras substâncias. Na casa do suspeito, na Vila Nossa Senhora da Luz, a polícia encontrou mais três balanças de precisão.
Segundo a delegada Camila Cecconello, responsável pelas investigações, Everton recebia uma média de dois quilos de crack e dois de cocaína a cada 15 dias. A delegada explica que a cocaína era misturada com outras substâncias, fazendo com que, a cada dois quilos, fossem obtidos seis quilos de droga para comercialização. “Como Everton efetuava misturas na cocaína, os seis quilos que movimentava quinzenalmente e valiam em média R$ 90 mil, ao serem vendidos para traficantes do varejo lhe geravam um valor três vezes maior”, comenta.
A partir da localização desse distribuidor, foi possível a identificação de 23 pessoas suspeitas de atuar como revendedoras de drogas. “Essas pessoas costumavam pegar entorpecentes de Everton do Espírito Santo com bastante frequência, vendendo a usuários, gerando um lucro imenso para todos os envolvidos e causando intensa perturbação à população local”, explicou o delegado-chefe da Denarc, Riad Farah. Os presos foram encaminhados para os centros de Triagem I (em Curitiba) e II (em Piraquara), onde aguardam decisão judicial.
A Operação Liberdade contou com apoio do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria), da Divisão Policia do Interior (DPI), da Secretaria Municipal Antidrogas de Curitiba e da Vara de Inquéritos Policias e da Promotoria Criminal.