Criação de banco de dados de pedófilos segue para plenário na Câmara de Curitiba

por Redação RIC.com.br
com informações da CMC
Publicado em 15 set 2021, às 18h22.

Integrantes da Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania e Segurança Pública empataram, pela segunda vez, a votação do parecer à proposta de lei que autoriza a Prefeitura de Curitiba a criar um banco de dados com informações sobre pedófilos. O texto seguirá para votação no plenário da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) sem o aval do colegiado.

A iniciativa que propõe o banco de dados é de Sargento Tânia Guerreiro (PSL), que integra a comissão. Caso aprovado, o cadastro contará com “dados pessoais, idade, foto e endereço dos condenados, além de um relato com as circunstâncias do crime”. Originalmente, o texto estabelecia que a Secretaria Municipal de Defesa Social (SMDS) seria responsável por criar, atualizar e divulgar as informações dentro dos limites da lei. Mas o substitutivo geral, apresentado em atendimento ao parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), agora delega que o Executivo é quem vai apontar o órgão que fiscalizará a legislação.

A intenção é que esses dados sejam disponibilizados, “mediante acesso restrito, controlado e identificado”, às “polícias e delegacias especializadas, Ministério Público, Poder Judiciário e demais autoridades conforme regulamentação”. Com o tabelamento dessas informações, a autora do projeto espera criar uma nova ferramenta para assegurar a proteção aos direitos da criança e do adolescente.

“Trata-se de garantia de uma sociedade futura mais bem estruturada, cujo viés e reduzir outras espécies de ilícitos e desvios”, justifica a parlamentar.

Segunda opinião

Na Comissão de Direitos Humanos, o texto chegou a ser relatado por Carol Dartora (PT), que havia recomendado em seu parecer que o projeto fosse enviado para consulta à SMDS, ao Conselho Tutelar, ao Comando Geral da Guarda Municipal, o Comtiba (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), à Procuradoria Municipal de Curitiba e ao Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR). O voto da vereadora não obteve maioria no colegiado e a proposta foi redistribuída.

Coube então à Alexandre Leprevost (Solidariedade) analisar a iniciativa e o relatório do vereador também recomendou a mesma consulta, e sem a maioria dos votos, o projeto de lei segue para dois turnos de votação em plenário sem parecer.