São Paulo, 17 – As cotações da cebola consolidaram movimento de queda no mercado atacadista em setembro, depois de altas consecutivas desde novembro do ano passado. Apesar da queda, os valores ainda estão longe das cotações do produto no mesmo período em 2017 e 2018. A comparação mostra que hoje a cebola está com mais de 100% de alta em relação aos anos anteriores, mostra levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta quinta-feira, 17, o 10º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort).

A pesquisa considera, além da cebola, outros quatro produtos (cenoura, tomate, batata e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).

O movimento de preços da alface, em setembro, manteve a mesma tendência de agosto, registrando queda na maioria dos mercados analisados. Apenas na CeasaMinas – Belo Horizonte foi verificado um aumento pouco significativo (de apenas 0,59%) e na Ceasa/DF – Brasília o preço se manteve estável.

Uma nova redução de preço do tomate foi verificada em setembro na maioria dos mercados atacadistas analisados. A queda, no entanto, foi em porcentuais bem menores do que os observados em agosto (acima dos 30%). “Este quadro foi provocado por temperaturas mais elevadas que apressam a maturação do produto. Como a safra de inverno está abastecendo os mercados, em alguns momentos houve acúmulo de produto em ponto de colheita, o que provocou excesso de oferta, pressionando os preços ainda mais para baixo”, diz a Conab no boletim.

Os preços da batata também apresentaram queda em setembro em todos os mercados. As redução dos valores do tubérculo foram todas próximas de 20%. A exceção foi a Ceasa/CE – Fortaleza em que o porcentual foi 7,13%. Mesmo com este novo arrefecimento, as cotações vem, durante todo este ano, posicionando-se em níveis superiores aos dos últimos anos. Em 2017 e 2018, as cotações da batata mantiveram-se em baixos níveis, com raros períodos de alta, o que desestimulou o plantio pelo produtor.

Pelo terceiro mês consecutivo, as cotações da cenoura caíram em todos os mercados analisados. Em setembro, a queda ficou entre 8,16% na Ceasa/CE – Fortaleza e 33,73% na Ceasa/DF – Brasília. Nos outros mercados analisados, as reduções nas cotações também ocorreram de maneira sensível. “O arrefecimento dos preços é reflexo da boa oferta da raiz, cuja produção vem se beneficiando do clima favorável e da boa produtividade”, explicam os técnicos da Conab.

Frutas

No segmento de frutas, o estudo da Conab também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).

A laranja apresentou preços de estáveis para alta, com a oferta controlada e o direcionamento da variedade pera para a indústria produtora de suco, conjugada a laranjas de menor qualidade dirigidas para os consumidores no varejo.

A maçã fuji miúda demonstrou valorização em meio à boa procura, aos preços mais atrativos em relação às maçãs graúdas e à menor oferta, com a diminuição dos estoques nas câmaras frias e o aumento da rentabilidade dos produtores.

A melancia de Uruana (GO) teve melhor oferta, apesar de faltar transporte para levar várias cargas aos centros consumidores. Segundo a Conab, o plantio do produto continua em Itápolis (SP), Arroio dos Ratos (RS), Encruzilhada do Sul (RS) e Teixeira de Freitas (BA), além de se iniciar de forma tímida nas praças paulistas de Marília e Oscar Bressane.

A banana prata teve queda na comercialização em quase todas as regiões produtoras, com vários lotes caracterizados pela menor qualidade do fruto (amadurecimento precoce por causa do calor). “Já a banana nanica apresentou ritmo da colheita lento, como no mês anterior, o que contribuiu sobremaneira para aumentar a rentabilidade dos produtores”, informa a Conab.

O mamão registrou trajetória de queda de preços e elevação da oferta em todos os entrepostos atacadistas em setembro, tanto do tipo formosa quanto para o papaia. Para o último, a oferta foi elevada principalmente no sul baiano e norte capixaba, por causa do amadurecimento precoce decorrente do aumento da temperatura. Para o mamão formosa houve queda de preços menos intensa do que o papaia, conjugada a uma menor demanda e a leve elevação na oferta.

O levantamento é feito mensalmente pelo Prohort da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente pelos grandes mercados atacadistas do País, nos Estados de SP, MG, RJ, ES, PE e CE.