Integrantes da cúpula do PMDB avaliou a carta do vice-presidente como “infantil”

Um dia depois da divulgação da carta em que o vice-presidente Michel Temer reclama de não ter a confiança da presidente Dilma Rousseff, a petista chamou o peemedebista para uma conversa no Palácio do Planalto. O encontro é previsto para acontecer na noite desta terça-feira (08).

A assessoria de Temer informou que o vice-presidente está à disposição de Dilma.

Mais cedo, o presidente do PMDB se reúniu com colegas de partido na residência oficial da vice-presidência, o Palácio do Jaburu, em Brasília. O encontro teve início pela manhã.

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Entre os nomes presentes no encontro estão o do ex-ministro da Secretaria de Aviação Civil Moreira Franco, citado na carta, e os deputados Osmar Serraglio (PMDB-PR), Saraiva Felipe (PMDB-MG), Ronaldo Benedet (PMDB-SC), Leonardo Quintão (PMDB-MG), Carlos Marum (PMDB-MS) e Rogério Mendonça (PMDB-SC).

Na carta divulgada no final da noite de segunda-feira (07), enviada por Temer a Dilma, o vice-presidente afirma que Dilma tem “absoluta desconfiança” dele e do PMDB. Além de reclamar da “falta de protagonismo” durante todo o primeiro mandato da petista, Temer também reclamou que não foi consultado sobre medidas econômicas. “Sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã. Lamento, mas esta é a minha convicção”, diz o documento.

A agenda oficial de Michel Temer não previa o encontro desta terça-feira, o único compromisso previsto para o vice-presidente é uma reunião, às 17h, com Flávio Amary, vice-presidente da Secovi-SP e Romeu Chap Chap, coordenador do Núcleo de Altos Temas do Secovi-SP.

Cúpula do PMDB considerou carta infantil

Integrantes da cúpula do PMDB se disseram surpresos com a carta do vice-presidente Michel Temer à Presidente da República Dilma Rousseff e consideraram o conteúdo “infantil” e “primário”.

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, alguns integrantes da cúpula da legenda chegaram a questionar até a autenticidade do texto. Segundo relatos, o conteúdo da carta deixou a todos “atônitos”. Um dos trechos considerado “completamente infantil” é o que Temer se queixa de não ter sido convidado por Dilma para participar da reunião realizada no começo do ano com o vice presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

A avaliação foi a de que, com a iniciativa, Temer assumiu estar ao lado do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por dar início ao processo de impeachment, “espatifou o PMDB” e, sem querer, acabou fortalecendo Dilma ao “reforçar a imagem de que ele quer tomar a Presidência”.