O Serviço de Transplantes do Hospital Angelina Caron (HAC) acaba de realizar com sucesso o primeiro transplante de pulmão do Paraná.
O órgão foi transportado de helicóptero de Foz do Iguaçu até o hospital que fica em Campina Grande do Sul, e implantado com êxito em Reinaldo Ferreira de Goes, de 57 anos, um dos dez pacientes na fila de espera de um órgão em condições adequadas para o procedimento.
O procedimento foi uma operação integrada entre a Divisão de Transporte Aéreo da Casa Militar e o Grupamento de Operações Aéreas da Polícia Civil do Estado do Paraná (GOA/PCPR). A operação foi responsável pelo translado do pulmão e também de um coração, em apoio à Central de Transplantes.
Procedimento demorou dois anos para acontecer
O paciente está se recuperando bem após a cirurgia e já respira sem auxílio de equipamentos. Após a cirurgia, permanece em observação e cuidados intensivos na UTI do HAC.
O paciente Reinaldo é pedreiro de profissão, mas estava há dois anos sem trabalhar, pois necessitava de oxigênio. Ele mora na Lapa e tem quatro filhos com sua esposa Valdelice Goes, com quem está junto há 27 anos. A esposa conta sobre a dificuldade do marido.
“Ele teve um enfisema pulmonar que desencadeou esse quadro mais grave de dificuldade de respirar. Tenho cuidado do Reinaldo desde então. A gente estava na fila e colocou na mão de Deus. Foi uma surpresa quando nos ligaram, na terça pela manhã, e viemos da Lapa até o hospital”, conta Valdelice Goes
O médico Frederico Barth, responsável técnico do Serviço de Transplante Pulmonar do HAC conta sobre o processo até a realização do transplante: “há dois anos nós obtivemos o credenciamento do Ministério da Saúde para esse tipo de transplante, e desde então passamos por vários processos para que hospital e equipe estivessem aptos. Isso incluiu a preparação dos pacientes para a cirurgia“.
Ele conta que o processo é complexo e tem algumas particularidades fundamentais para a recuperação pós-cirúrgica. Além disso o médico ressalta que além da questão de compatibilidade sanguínea, os pulmões doados devem estar sem sinais de infecção ou indícios de lesões por trauma.
Ainda de acordo com Barth, os pulmões devem ser compatíveis em tamanho com o receptor. O médico ressalta que todo cidadão que deseja ser um doador deve comunicar sua intenção à família.