Depois de 12 meses seguidos de crescimento, a produção industrial paranaense teve queda de 7,5% em junho, em relação ao mesmo mês do ano passado. Na média nacional, a redução foi de 5,5%. Na comparação com maio, a indústria do Paraná reduziu a produção em 3,7%, enquanto a brasileira permaneceu praticamente estável (alta de 0,2%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 13 estados e divulgada nesta terça-feira (7).

No Paraná, dos 14 segmentos investigados, nove reduziram a produção em relação a junho de 2011, com destaque para edição e impressão, produtos químicos, veículos automotores, minerais não metálicos, alimentos e borracha. Na comparação com maio, a redução foi ainda mais generalizada, atingindo 12 dos 14 segmentos acompanhados.

Ainda assim, o Paraná fechou o primeiro semestre com alta de 3,6% na produção industrial – a segunda maior dentre os estados (cuja média recuou 3,8%), perdendo apenas para Goiás (9,2%). No acumulado dos 12 meses terminados em junho, a expansão observada foi de 8%, também a segunda do Brasil, depois de Goiás (9,5%), diante de redução de –2,3% para a indústria nacional.

A estatística aponta para uma desaceleração da produção industrial a partir do segundo trimestre, quando o setor produziu 5,2% menos que no primeiro. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a queda foi de 0,1%.

“Os números do segundo trimestre indicam que, a partir de abril, a indústria paranaense passou a promover adequações aos sinais recessivos da economia brasileira”, diz o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Gilmar Mendes Lourenço. Segundo ele, isso ocorre principalmente nos segmentos atrelados ao agronegócio, a material de transporte e à construção civil.

“O cenário nacional mostra uma resposta pífia dos empresários aos sucessivos pacotes de estímulo ao consumo e ao investimento lançados pelo governo federal, além da perda de capacidade competitiva do parque brasileiro frente aos produtos importados e do aumento das expectativas negativas quanto à intensidade e duração do segundo tempo da crise internacional”, afirma.