Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que vai prezar pela isenção e não vai apresentar seu voto sobre a abertura do processo de impeachment (Wilson Dias/Agência Brasil)

Calheiros marcou o cumprimento da medida para a manhã desta terça-feira (6), na Presidência do Senado

Na noite dessa segunda-feira (5), um oficial de Justiça foi até a residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros, para notificá-lo oficialmente da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio de afastá-lo da presidência da Casa. O oficial, no entanto, não foi recebido por Renan, que marcou para que a medida fosse cumprida nesta terça-feira, às 11h, na Presidência do Senado.

De acordo com Luiz Bandeira, Secretário-Geral da Casa, após as 18h o senador não era obrigado a receber a notificação, podendo agendar para o dia seguinte. Calheiros prefere que a notificação seja feita de forma pública, de acordo com Bandeira.

Marco Aurélio decidiu afastar Renan atendendo a um pedido liminar feito pela Rede Sustentabilidade. O senador virou réu quinta-feira passada (1º), quando o STF decidiu, por 8 votos a 3, receber a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador pelo crime de peculato. A Rede alega que, com o recebimento da denúncia, “passou a existir impedimento incontornável para a permanência do referido Senador na Presidência do Senado Federal, de acordo com a orientação já externada pela maioria dos ministros do STF”.

Segundo o secretário-geral da Mesa do Senado, não há previsão de apresentação de recurso, já que a decisão do ministro Marco Aurélio pode ser analisada pelo plenário do STF já na quarta-feira (7). Caso Renan não volte ao cargo, também não há previsão de novas eleições para a presidência da Casa, por faltar menos de quatro meses para o fim do mandato. Com isso, o vice assume até fevereiro, quando termina o mandato de Renan.

Renan se reuniu com diversos senadores na residência oficial, na noite de segunda-feira, entre eles Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Congresso; Eunício Oliveira (PMDB-CE), líder do partido no Senado; Aloysio Nunes (PSDB-SP), líder do governo no Senado;  João Alberto Sousa (PMDB-MA), presidente do Conselho de Ética, além do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o ex-presidente José Sarney.