Rodízio de água em Curitiba e região metropolitana não acaba antes de setembro

por Gabriel Azevedo
com informações da AEN
Publicado em 27 maio 2020, às 00h00.
O rodízio de água em Curitiba e região metropolitana vai até setembro, de acordo o diretor de Meio Ambiente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Julio Gonchorosky.Adotado em março deste ano, o rodízio consiste em um dia sem água e quatro dias de abastecimento em bairros das cidades da Região Metropolitana de Curitiba.

“É fundamental que as pessoas entendam que esse rodízio vai continuar por muito tempo, não há previsão de que acabe antes de setembro ou outubro, porque a estiagem é gigantesca”, explicou Gonchorosky.

Crise hídrica

O Paraná enfrenta uma crise hídrica provocada pela maior estiagem dos últimos 50 anos, que reduziu o nível dos rios e reservatórios de abastecimento de água de todo o estado.

De acordo com o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), o volume de chuvas só deve se normalizar em setembro. “As previsões apontam que ainda vai chover abaixo do normal no Paraná durante o inverno, que já é um período historicamente mais seco”, explicou o presidente do Simepar, Eduardo Alvim. “O volume de chuvas só deve voltar à média na primavera, mas isso não se traduz, necessariamente, na recuperação dos níveis dos mananciais”, salientou.

“Cada gota de água é importante. Toda a sociedade precisa estar mobilizada para reduzir o uso e evitar ao máximo o desperdício”, destacou o secretário Márcio Nunes do Desenvolvimento Sustentável e Turismo.

Segundo o Governo do Paraná, importantes bacias hidrográficas do Estado estão com os menores volumes de água em décadas. No Rio Iguaçu, é o menor volume em 90 anos e o Rio Tibagi está com o nível mais baixo dos últimos 41 anos.A situação mais crítica é em Curitiba e região metropolitana, onde o nível médio das barragens da Sanepar está em 43%. São quatro reservatórios responsáveis pelo abastecimento de 3,5 milhões de pessoas: o de Iraí está com 17% da capacidade, o Passaúna com 41,42%, o Piraquara I com 61% e o Piraquara II com 100%.