Com o objetivo de chamar a atenção da cidade para a questão do câncer de mama, acontece neste domingo, 13 de outubro, a corrida Run The Pink, que contará com a presença de 3 mil mulheres. Confira!

Corrida com o intuito de conscientizar

A Run The Pink tem percursos de 5k, 10k, caminhada e corrida kids. A prova  larga da Praça Nossa Senhora de Salete, às 7h. As inscrições estão esgotadas e vão participar do evento 3 mil mulheres de todas as idades.

Run The Pink

Run The Pink (Foto: Dilvulgação/Blog da Comando)

Arthur Trauczynski, é diretor de negócios da Global Vita Sports. A empresa é organizadora da Run The Pink. O diretor conta o por que por trás criação da corrida: “Quase 60 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de mama no Brasil, por ano. Esse número é muito expressivo. Por isso, ficamos muito sensibilizados com a causa e quisemos ir além. Assim, concebemos a Run the Pink: um movimento em forma de corrida que pretende despertar o interesse da cidade sobre a dimensão desse problema”.

De acordo com os dados do INCA – Instituto Nacional de Câncer, ligado ao Ministério da Saúde, em 2018 o Brasil registrou 59.700 novos casos de câncer. Esse número coloca o câncer de mama na liderança isolada de novos casos diagnosticados em mulheres. Os médicos relacionam o fator genético em poucos casos. Em 90% das mulheres diagnosticadas com câncer de mana não há nenhuma alteração genética, os casos hereditários são menos de 10%. A grande maioria dos casos tem relação com o estilo de vida. A obesidade é um risco importante, seguida pelo sedentarismo, alcoolismo e tabagismo.

Corro logo me cuido, corro logo me curo

Com o mote “Corro logo me cuido, corro logo me curo” a corrida pretende apresentar soluções práticas para algumas questões ligadas à doença, unir mulheres em eventos exclusivos e somar forças na iniciativa privada para que o movimento Run the Pink vá além do Outubro Rosa.

O esporte é um grande aliado quando se trata de mudanças de comportamentos para um estilo de vida mais saudável. Ainda que o câncer de mama não possa ser evitado, ele pode ser prevenido por meio de exercícios físicos regulares, aliados a uma alimentação equilibrada e ao controle do uso de álcool e tabaco.

Além disso, os exercícios físicos podem ser recomendados para pacientes que estão em processo de quimioterapia como forma de amenizar os efeitos colaterais da medicação. Porém, antes de começar a praticar qualquer atividade física nesse período é necessário liberação do médico.

A corrida de rua é um esporte que vem ganhando destaque entre as mulheres no mundo inteiro. Nos últimos anos, elas vêm batendo recordes de participação em provas de rua e, em Curitiba, ganharam duas provas exclusivas: a Corrida da Mulher, em março, e a Run The Pink, em outubro. Ambas organizadas pela Global Vita Sports, as provas pretendem sempre abordar como pano de fundo temas ligados ao público feminino.

Ficar parada não é uma opção

Um efeito colateral do tratamento do câncer é a fadiga. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos entre 72 e 95% dos pacientes são afetados por cansaço extremo durante as sessões de quimioterapia. Estudos mostram que a prática de exercícios físicos pode diminuir em até 50% a intensidade desse sintoma.

Vanessa de Morais começou a correr quando iniciou a quimioterapia branca, depois de ser liberada pelo médico para realizar atividades físicas. “A corrida me ajudou a eliminar muitas dores depois da quimio, principalmente nas pernas. Comecei bem de leve. Corria no máximo 3 km. Mas, na minha condição já era o suficiente causar aquela sensação de bem-estar. Além disso, durante a corrida eu pensava, conversava com Deus e até chorava longe dos meus familiares. Na época, tinha filhos pequenos e não queria chorar na frente deles”, relembra Vanessa. Desde que venceu o câncer de mama ela já correu 61 provas e sua distância favorita é a meia maratona. “A corrida foi a minha companheira no momento mais difícil da minha vida e continua sendo, pois aumenta a sensação de bem-estar e afasta a depressão”, finaliza a corredora.

Vanessa de Morais

Vanessa de Morais (Foto: Dilvulgação/Blog da Comando)

De uma maneira geral, os médicos recomendam exercícios físicos durante o tratamento contra o câncer, porém, alguns cuidados devem ser tomados. “Quem já corre pode continuar correndo, mas de uma forma menos intensa e somente nos dias em que estiver se sentindo bem e disposta. A ideia é que o exercício físico seja um momento de lazer neste período e não uma obrigação. Quem ainda não corre, pode investir em outros exercícios físicos mais leves como a caminhada. Depois do término do tratamento, a corrida é um excelente esporte para prevenir recidiva”, explica a médica oncologista Elise Nara Sanfelice.

Outra mulher que encontrou na corrida uma válvula de escape durante a luta contra o câncer de mama foi Fabiana Ribeiro da Silva. A dona do perfil @fabycorreguerreira no Instagram foi diagnosticada em 2015 quando o tumor já tinha 9 centímetros. “A minha primeira reação foi o medo de morrer. Mas, em um segundo momento, resgatei a minha fé na esperança de cura. Devido ao tamanho do tumor, tive que me submeter a uma mastectomia total da mama direita e, como a doença estava ligada aos hormônios, meus ovários também foram retirados” conta Faby.

Faby Guerreira

Faby Guerreira (Foto: Dilvulgação/Blog da Comando)

Foram 16 sessões de quimioterapia e 30 sessões radioterapia que mudaram muito mais do que o visual da Fabiana. “Durante o tratamento, comecei a sofrer com muitas dores nas articulações e com orientação do meu oncologista comecei a caminhar no parque com um grupo de mulheres que se solidarizaram com meu pedido de ajuda por uma rede social. Eu precisava de companhia para caminhar. Eu tinha medo de passar mal, pois estava fazendo tratamento com medicação forte” relembra a atleta.

Logo as caminhadas viraram corrida leve e, depois que recebeu alta, Fabiana pegou gosto de vez pela corrida. Desde então, a atleta já acumula mais de 200 medalhas e corre quase todo fim de semana. A próxima meta da Fabiana é correr uma maratona. “A descoberta do câncer foi um clique, uma virada de chave na minha vida. Com o tratamento, eu ressignifiquei meu estilo de vida e meus hábitos. Encontrei na corrida um estímulo, um refúgio”, finaliza Fabiana.

Serviço

  • Corrida: Run The Pink -Corro logo me cuido, corro logo me curo
  • Quando: 13 de outubro de 2019
  • Largada: 7h
  • Distâncias: 5k, 10k, caminhada e corrida kids
  • Onde: Praça Nossa Senhora de Salete
Run The Pink

Run The Pink (Foto: Dilvulgação/Blog da Comando)