“Ele falou que iria ficar bem e voltar”, diz criança que perdeu o pai para a covid-19

por Redação RIC.com.br
com reportagem do Balanço Geral, Maringá
Publicado em 17 mar 2021, às 15h34. Atualizado às 15h41.

A esposa e os filhos de Anderson Kurtschenko, de 40 anos, têm tentado lidar com o luto desde dezembro de 2020, quando ele foi vítima da covid-19. Antony Kurtschenko, de 11 anos, contou emocionado à RIC Record TV que viu o pai pela última vez com vida por uma videochamada. 

“Ele estava lá no quarto, tomando o café da manhã dele. Essa foi a última vez que conversei com ele. Ele falou que iria ficar bem e voltar”, disse Antony. A criança ainda completou explicando que todos os dias, para tentar amenizar a saudade, manda mensagens para o celular do pai, mesmo sabendo que ele não irá responder porque assim se sente “mais seguro”. 

Ao mesmo tempo em que busca forças para superar a dor de perder o marido com quem viveu por 21 anos, Landesay Kurtschenko precisa cuidar e consolar os dois filhos do casal – Antony e Lourenço, de 6 anos. Em um desabafo, ela afirmou que além do sofrimento pela morte de Anderson, ver as pessoas que não respeitam as medidas de combate à pandemia e não fazem o mínimo, que é usar máscara, torna toda situação ainda mais angustiante. 

“Arrancou meu marido, meu melhor amigo, pai dos meus filhos. Não tem como descrever a dor. Você receber uma ligação às 5h30 da manhã do hospital, para você conversar com o médico e chegar lá para reconhecer o corpo do seu marido e ainda ver que as pessoas não usam uma máscara na rua. É uma uma falta de respeito com as vítimas de covid, é uma falta de respeito com ela mesma e com todo mundo que está tentando se proteger”, declarou Landesay. 

Landesay também chamou atenção para a falsa informação de que pessoas sem comorbidades e ativas não morrem pelo novo coronavírus. Segundo ela, o companheiro era uma pessoa saudável, que praticava exercícios físicos regularmente e que quando contraiu convid-19, ninguém imaginou que ele pudesse ser uma vítima fatal da doença. “O Anderson acordava às 4h30 de manhã, ele amava pedalar, todos os dias saia para pedalar com os amigos, final de semana ele daqui até em Ângulo [cidade próxima], voltava pedalando. Ele tinha uma vida bem ativa. Eu não esperava mesmo”. 

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