A Secretaria de Estado da Saúde enviou alerta aos municípios em relação ao aumento de casos de leptospirose no período de chuvas de verão. Diversas cidades registraram enchentes, o que aumenta o risco de contaminação pela bactéria presente na urina de ratos e ratazanas.
Com as chuvas, a urina dos ratos se mistura à lama, água de valetas, lagoas, cavas e enchentes, potencializando o risco de infecção. A bactéria penetra no corpo humano por pequenos ferimentos na pele ou pelo contato com a água contaminada por longo período.
Segundo a coordenadora da divisão de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria da Saúde, Giselia Burigo Rúbio, o alerta serve para que os profissionais de saúde fiquem atentos aos sintomas do paciente. “Os sintomas da leptospirose são parecidos com o de outras doenças, como a gripe e a dengue, por isso é preciso levar em conta o histórico de chuvas e se houve outros casos da doença na região”, explicou.
LETAL – Embora 90% dos casos tenham evolução satisfatória, se não tratada de forma correta, a doença pode levar à morte. Os primeiros sintomas são febre alta; mal-estar; dores de cabeça constantes e intensas; dores pelo corpo, principalmente na panturrilha; cansaço e calafrios. Também são frequentes dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia e desidratação.
“É comum ainda que os olhos fiquem amarelados. Em algumas pessoas os sintomas reaparecem após dois ou três dias de aparente melhora, podendo evoluir para um quadro grave de insuficiência renal, respiratório e hemorrágico”, disse Giselia.
Após a infecção, o período de incubação da doença varia de sete a 14 dias após o contato com a água contaminada. A confirmação da doença só é possível com exames laboratoriais realizados uma semana após o início dos sintomas.
Em 2012, 201 casos e 20 mortes por leptospirose foram confirmados em todo o Paraná. A situação foi mais preocupante no Litoral, com 10 casos e duas mortes; Região Metropolitana de Curitiba, com 120 casos e 16 mortes; Guarapuava, cinco casos e uma morte; e Francisco Beltrão, oito casos e uma morte. Já no ano anterior, o Paraná registrou 432 casos da doença e 55 óbitos.
Cuidados para evitar a leptospirose após enchentes:
• Solicitar água da Sanepar ou Prefeitura no caso de falta de água;
• Não usar água de poço inundado;
• Lavar e desinfetar utensílios e a caixa de água;
• Usar hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária), na seguinte medida: 2 (duas) gotas para cada litro de água e esperar no mínimo 15 minutos antes de consumir (seguir orientações da Vigilância Sanitária);
• Não brincar ou nadar em lagos, cavas e córregos nem nas águas de enchente;
• Evitar contato com água e lama, usando sempre botas e luvas de borracha, ou sacos plásticos amarrados nos pés e nos braços;
• Inutilizar alimentos naturais ou preparados assim como medicamentos que entraram em contato com a água da enchente.