Lula durante caravana em Chapecó, no oeste catarinense (Foto: Ricardo Stuckert)

Ataque ao repórter ocorreu no acesso ao aeroporto de Francisco Beltrão, onde o ex-presidente havia acabado de embarcar rumo a Foz do Iguaçu

*Da Agência Estado

A equipe de segurança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva agrediu o repórter do jornal O Globo na tarde desta segunda-feira, 26, em Francisco Beltrão, onde o petista esteve para caravana. O repórter filmava a abordagem de dois homens ligados à caravana petista a um carro de manifestantes quando um dos seguranças o abordou agredindo com um soco no rosto. Dois homens do Exército que fazem a escolta pessoal do ex-presidente intervieram e afastaram o agressor, que não foi identificado. 

O ataque ao repórter ocorreu no acesso ao aeroporto de Francisco Beltrão, onde o ex-presidente havia acabado de embarcar rumo a Foz do Iguaçu (PR). Desde que chegou na cidade, a caravana de Lula é alvo de manifestações. Grupos bloquearam a passagem da caravana que o petista faz pela região Sul em Francisco Beltrão (PR). Lula, porém, conseguiu driblar o bloqueio em um carro particular enquanto os manifestantes se concentravam nos ônibus que integram a caravana.

Um pouco antes da agressão ao repórter, o mesmo segurança abordou um carro de um dos manifestantes e retirou o motorista do veículo agressivamente com tapas e empurrões. No veículo, foram encontrados quatro pneus e uma garrafa de querosene. A passagem do ex-presidente pelo sul do País tem sido marcada por manifestações, às vezes violentas, e tentativas de bloqueio à comitiva petista. Em Passo Fundo (RS), sexta-feira, manifestantes conseguiram impedir a entrada de Lula na cidade.

De Francisco Beltrão o ex-presidente deve seguir para Foz do Iguaçu, em voo fretado.

Dezenas de pessoas usaram carros e caminhões para fechar o trânsito nas duas entradas de Francisco Beltrão ainda no início da manhã. A comitiva do ex-presidente pernoitou em São Miguel do Oeste (SC), de onde saiu com mais de uma hora de atraso devido a duas entrevistas concedidas por Lula a uma rádio de Curitiba e uma TV da Argentina.

Alertados sobre o bloqueio, os organizadores da caravana fizeram uma parada não planejada de quase uma hora poucos quilômetros depois da divisa entre Santa Catarina e Paraná. A imprensa foi impedida de chegar perto do ônibus do ex-presidente. Lula e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foram transferidos para um carro de passeio que os levou até a praça central de Francisco Beltrão, onde participaram de um ato em defesa da reforma agrária.

O restante da comitiva seguiu de ônibus até a entrada da cidade. Dois ônibus carregavam dezenas de militantes petistas. Eles foram incorporados à caravana com o objetivo de formarem uma espécie de escolta para Lula. Na entrada de Francisco Beltrão, os militantes foram levados até um ponto próximo do bloqueio, onde fizeram uma manifestação a favor do ex-presidente.

O trânsito só foi restabelecido depois que o juiz Márcio de Lima, acompanhado da Polícia Militar, negociou um acordo com manifestantes dos dois lados.

Questionado sobre a agressão, a assessoria do ex-presidente informou que Lula repudia qualquer ato de violência e que vai apurar o ocorrido.

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