A jovem curitibana desaparecida em Brumadinho está grávida de cinco meses. (Foto: Reprodução/Facebook)

Fernanda Damian de Almeida, 30 anos, mora na Austrália há três anos com o namorado e na sexta-feira, dia do rompimento da barragem, era o primeiro dia de férias do casal no Brasil

A curitibana Fernanda Damian de Almeida, 30 anos, está entre os desaparecidos desde o rompimento da barragem do Vale do Córrego do Feijão em Brumadinho, em Minas Gerais, na sexta-feira (25).

Curitibana desaparecida em Brumadinho

Fernanda, que está grávida de cinco meses de um menino, mora na Austrália com o namorado há três anos e na sexta-feira, era o primeiro dia de férias do casal no Brasil. A família confirmou que ela estava indo encontrar com o noivo Luiz Taliberti, os sogros e a cunhada na Pousada Nova Estância.

Segundo o pai, a jovem informou que havia chegado em Belo Horizonte às 11h15. Depois desse horário não fez mais nenhum contato. BH fica a cerca de 57,3 Km de Brumadinho, onde a tragédia aconteceu.

O local onde ficava a pousada foi varrido pela lama. (Foto: R7 Minas)

Família desapareceu em Brumadinho

A economista Helena Taliberti, 61 anos, falou com o portal R7 e relatou o desespero de quem levou três dias para conseguir incluir o nome dos familiares na lista oficial de desaparecidos na tragédia. Segundo ela, além de faltar integração entre as listas de desaparecidos da Defesa Civil e da Vale, há também uma falta de atenção com pessoas que não eram funcionários da empresa.

Helena é mãe do arquiteto Luís – namorado da curitibana Fernanda – e da advogada Camila Taliberti Ribeiro da Silva. Ambos viajariam para Inhotim, em Minas Gerais, mas antes passariam por Brumadinho. “Soube do rompimento da barragem por uma notificação no celular, mas na hora não dei muita atenção”, diz. “Imaginei que eles já estivessem em Inhotim, como programado.”

Além dos filhos dela e da nora, também estão desaparecidos Adriano Ribeiro da Silva, pai de Camila e Luiz e Maria de Lourdes Bueno, mulher de Adriano.

Malu Bueno, Luís Taliberti, Adriano Silva e Camila Taliberti estão desaparecidos. (Foto: Reprodução/Facebook)

Após saber da gravidade do incidente em Brumadinho, Helena tentou imediatamente fazer contato com os filhos, mas não conseguiu. Ligou então para os amigos. “Tentei contato a noite inteira”, diz. Nada. As últimas notícias que mantém Helena esperançosa são mensagens de whatsapp. “Por volta das 11h30, minha filha mandou uma mensagem de celular com a imagem da janela da pousada para o namorado dela”, afirma. E aproximadamente às 13h30, ela respondeu mensagens em um grupo de amigas. Porém, segundo a mãe, nada relacionado diretamente à viagem.

Buscas

Helena e mais nove familiares estão em Brumadinho desde sábado (26)  na tentativa de obter informações sobre os parentes. Eles têm se revezado para fazer buscas em hospitais. “Há notícias de que há sobreviventes não identificados nos hospitais. Uma parte de nós está indo para lá”, afirma a economista.

A família também entrou na Justiça com uma liminar para autorizar a divulgação da localização do telefone dos parentes que estavam na pousada. No entanto, de acordo com Helena, a liminar está parada. “No sábado, os celulares estavam com bateria ainda. Seria possível encontrar alguma coisa”, diz.

Ela também tenta solicitar junto às montadoras de automóveis ajuda para acessar os rastreadores do veículo. “O carro de Adriano tinha rastreador. Não sabemos como fazer isso, mas as montadoras precisam liberar informações”, afirma. “Mas o tempo está passando, não se sabe até quando esses aparelhos ajudaram com sinais de sobrevivência.”

A economista não tem previsão para deixar Brumadinho e não mede esforços para encontrar a família. “Vou enlouquecer se for até o local. Só pelo que me contaram já entrei em desespero. Não aceito nada além da vida dos meus filhos de volta da Vale.”

Veja imagens de como era a pousada soterrada pela lama em Brumadinho

*Com informações do R7