MP/PR denuncia três homens por duplo homicídio ocorrido em posto de combustíveis de Curitiba
O Ministério Público do Paraná (MP/PR) denunciou três pessoas pelo duplo homicídio ocorrido em um posto de combustíveis na região central de Curitiba. O advogado Igor Martinho Kalluf, de 40 anos, e Henrique Mendes Neto, de 38 anos, foram mortos, no dia 11 de junho, devido a uma dívida de R$ 480 mil, referente a venda de pedras preciosas.
Tanto o mandante do crime Bruno Ramos Caetano, de 24 anos, como os atiradores Insol Bueno de Souza Junior, de 40 anos, e André Bueno de Souza, de 31 anos, irão responder por homicídio triplamente qualificado. Os agravantes são:
- motivo torpe;
- dissimulação, já que as vítimas foram atraídas para uma suposta reunião;
- perigo comum, pois várias pessoas que estavam no local também ficaram expostas aos disparos de arma de fogo.
Os três estão presos e um terceiro envolvido ainda não foi identificado pela Polícia Civil.
O que diz a denúncia
De acordo com a denúncia, no fim de 2019, Caetano recebeu um total 480 quilates de pedras preciosas para revender, mas não pagou ao fornecedor que era um amigo próximo. Sem conseguir receber de Caetano, o homem contratou o advogado para cobrar a dívida. Foi então que Kalluf entrou em contato com Caetano e os dois marcaram a reunião no posto de combustíveis.
No entanto, antes de ir ao encontro, Caetano entrou em contato com Junior, seu ex-vigia, e alegou que precisa de seu serviço para acompanhá-lo, já que estaria sendo ameaçado. Assim, no dia do crime, Caetano, os irmãos Souza, que estavam fortemente armados, e um terceiro co-autor, ainda não identificado, foram até a loja de conveniências para se encontrar com a vítima.
Ainda conforme o MP-PR, durante a reunião, Junior chegou a provocar o advogado com o intuito de causar uma reação e disfarçar que o crime havia sido premeditado. Por fim, Kalluf e Neto, que apenas servia de acompanhante para o advogado, foram atingidos por vários disparos a queima-roupa e morreram no local. Toda a ação foi registrada pelas câmeras de segurança do posto.
Após sair da cena do crime, Caetano se encontrou com os atiradores nas proximidades do posto de combustíveis e auxiliou na fuga. Situação que também foi flagrada por câmeras de segurança.
Comércio ilegal de pedras preciosas
Ainda segundo o Ministério Público, desde o início de 2019, Caetano usava um posto de combustíveis para comercializar de forma ilegal pedras preciosas. Crime que está sendo apurado pela Polícia Federal.
Ele atuava “adquirindo pedras diretamente de garimpeiros e/ou atravessadores, tendo como consequência a ocorrência de supostos crimes de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e evasão de divisas”, diz parte da denúncia.