Família que mora em capela mortuária abandonada em Londrina corre risco de ficar na rua

por Redação RIC.com.br
com informações de Lamartine Cortes, da RIC Record TV
Publicado em 22 jul 2021, às 15h19. Atualizado às 15h20.

Há quase dois anos, Cirlei Olegário e duas crianças moram em uma capela mortuária de Londrina, norte do Paraná. O prédio público, que fica no Jardim Franciscato, não está ativo há cinco anos. No dia 13 de julho, a mulher recebeu notificação da Secretaria Municipal de Gestão Pública (SMGP) avisando que ela deveria deixar a capela em um prazo de 15 dias. Entretanto, Cirlei não possui um segundo lugar para viver e corre o risco de ficar nas ruas.

Na notificação expedida pela SMGP, consta que o imóvel pertence ao município e que a ocupação não foi autorizada. O mesmo prédio já foi utilizado como moradia por outras pessoas, que, inclusive, construíram um anexo ao cômodo. A habitação irregular foi constatada após vistoria da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDE). O relatório aponta que o local corre risco de desabamento e está em condições precárias. Procurada pelo Grupo RIC, a COMPDE emitiu nota sobre o caso. Confira:

A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil – COMPDEC encaminhou à Gerência de Bens Imóveis Municipais Ofício que relatou vistoria no antigo Centro Comunitário do Jardim Franciscato.

No relatório, a COMPDEC informou que a cobertura do imóvel estava em condições precárias, havendo risco de algumas vigas de madeira de sustentação do telhado ceder, em razão de sinais de envergamento.

Após diligências e encaminhamento do processo à SMOP para avaliação de possível demolição, a Fiscalização do Município constatou que havia uma família residindo no imóvel, constituída por uma mulher e duas crianças, razão pela qual promoveu a notificação para desocupação, no prazo de 15 dias. No ato de entrega da notificação, orientou a moradora acerca dos riscos da estrutura, reforçando a necessidade de desocupação.

A mesma informou que está ocupando o imóvel há pouco mais de um ano e que não possui outro local para se estabelecer.

Desta forma, o processo foi encaminhado à SMAS e COHAB para atendimento e análise quanto à possibilidade de inclusão da família em programas assistenciais/habitacionais, de modo a atender a família.

Cirlei explica que já está inscrita na fila da Companhia de Habitação de Londrina (Cohab) há algum tempo, mas não recebeu expectativas de moradia. Ela conta que a renda que possui é o dinheiro fornecido pelo Bolsa Família. De acordo com a moradora, ela e as filhas, de 1 e 6 anos, sobrevivem de doações dos vizinhos. Ela tem até o dia 28 de julho para deixar a capela mortuária.

“Eu falei para eles, mas aonde eu vou ficar? Não tem para onde ir […] é difícil porque eu não durmo direito, eu fico pensando para onde que eu vou levar as crianças. Sem serviço, não tem ninguém para me ajudar, não tem lugar para eu ir […] meu pai tá internado, a minha mãe tem câncer, ninguém pode me ajudar da minha família.”

relata Cirlei.

Procurada pela equipe da RIC Record TV Londrina, a prefeitura de Londrina ainda não se manifestou sobre um possível local para a família viver após o fim do prazo. A Assistência Social da cidade fará o acompanhamento do caso.