Influencer digital denuncia ex após ameaças e perseguições: "sempre mandando alguém me vigiar"
Jéssica Martins, de 25 anos, está sendo ameaçada e perseguida pelo ex-namorado após terminar um relacionamento abusivo. O ex-casal ficou junto por cerca de um ano e meio e a jovem resolveu acabar a relação há um mês, quando passou a ser agredida pelo então namorado. O que parecia ser o fim de um pesadelo, no entanto, era o início de mais um capítulo de tortura.
Mesmo denunciando o ex e conseguindo uma medida protetiva contra ele, a jovem não se viu livre do homem. Somente no último mês, Jéssica, que é influenciadora digital, foi seguida por 30 perfis falsos em sua rede social, usados para intimidá-la e afastar seus seguidores. Nesta terça-feira (9), a jovem foi até a delegacia acompanhada do advogado, Igor Ogar, para falar sobre a quebra da medida protetiva e para pedir a prisão preventiva do suspeito.
“Xingando meus seguidores, xingando as minhas amigas, me coagindo, falando que onde eu estivesse ele iria me fazer passar vergonha, porque ele iria fazer todo mundo pegar raiva de mim, que eu não ia ter mais amigos. Eu até falei pra ele, quando ele iria me dar paz, e ele disse que nunca, que até ele morrer eu ia passar por esse tormento”.
disse Jéssica.
Jéssica ainda contou que, além das redes sociais, a perseguição também acontece presencialmente, seja pelo ex ou por conhecidos dele. “Eu sempre tenho que ficar muito ligada aos redores porque ele sempre está com alguém, sempre mandando alguém me vigiar, sempre está no portão da minha casa, esses dias eu cheguei e ele já estava me seguindo. Eu estava dentro do [carro de aplicativo] e eu já vi que ele estava me seguindo […], assim que eu cheguei no portão ele já estava gritando, falando que eu precisava conversar com ele, fazendo uma baixaria”, desabafou.
Esse comportamento é classificado como crime de perseguição, ou stalking. A lei entrou em vigor em abril deste ano e visa proteger as vítimas contra ameaças à sua integridade física ou psicológica. A pena vai de seis meses a dois anos de reclusão e multa ao perseguidor. Em todo o Paraná, desde abril até setembro deste ano, foram 2.113 casos.