Segundo um familiar, Edison Brittes ligou para a mãe do jogador Daniel para dar os pêsames e oferecer auxílio
Imagens obtidas pelo Portal RIC Mais comprovam que Eliana Corrêa, mãe do jogador Daniel Corrêa Freitas, recebeu uma ligação do assassino confesso Edison Brittes Júnior, de 34 anos, na terça-feira (30). Conforme um familiar da vítima afirmou com exclusividade ao Portal R7 nesta sexta-feira (2). O jogador de 24 anos foi encontrado morto na tarde de sábado (27) em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba. (Veja abaixo)
Na próxima semana, um advogado contratado pela família do jogador morto deverá dar uma entrevista coletiva em Curitiba, na capital do Paraná.
Jogador Daniel foi morto por Edison Brittes
“Esse maluco ligou para a mãe dele [Daniel]. Foi um negócio bem de sangue frio mesmo. Se o Daniel tivesse estuprado, ele não ligaria para a mãe [do estuprador] e falaria sobre sentimentos dele. Não se estivesse defendendo a honra da família. Esse cara está inventando a versão dele”, acusou o parente da vítima que não quer se identificar por medo de retaliações por parte dos suspeitos. Confira a matéria.
O mesmo familiar conta que as acusações feitas pela defesa da família Brittes à Daniel têm causado ainda mais sofrimento para todos. “Estamos feridos, porque não temos a nossa versão, somente a deles. Antes, o Daniel era um coitado e agora é um estuprador que merecia ter morrido. Como a filha dele irá crescer com pessoas dizendo que o pai dela era estuprador?”, completou o parente, citando a menina de dois anos, filha do jogador Daniel.
Conversa entre mãe do jogador morto e Allana Brittes
Allana Brittes, de 18 anos, filha do empresário que confessou ter matado o jogador Daniel também esteve em contato com Eliana. Por WhatsApp, antes do jogador ser encontrado morto, ela afirmou que o jovem foi embora sozinho da residência antes de desaparecer. “Isso eu já não sei. Ele só levantou e foi embora”, afirmou. Dissimulada, Allana também disse que a mãe de Daniel deveria ter fé e que tudo iria dar certo.
Em entrevista ao R7, o familiar também contou que preocupados com o desaparecimento de Daniel, os parentes passaram a perguntar a amigos do jogador onde ele poderia estar e descobriram a festa que havia sido realizada na casa da família Brittes.
Jogador Daniel em foto com Allana Brittes, filha do empresário
Após o corpo do jogador ser descoberto em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, Allana postou uma foto com o jogador em sua rede social. Na publicação – que foi compartilhada em um modo onde é possível visualizar por apenas 24h – a jovem compartilhou uma fotografia de seu aniversário de 17 anos. Nela, os dois aparecem como amigos. Na legenda, é possível ler: “A foto do meu aniversário do ano passado. A desse ano você não me mandou”.
Família Brittes presa pelo assassinato do jogador Daniel
Edison e sua filha Allana foram presos na quinta-feira (1º) enquanto Cristiana Brittes, de 35 anos, esposa do empresário, foi detida na noite de quarta-feira (31). A defesa informou que as prisões dos três são temporárias e tem duração de 30 dias. Em um vídeo divulgado pelo advogado de defesa da família, Cláudio Dalledone Júnior, o empresário confessa o crime e diz que o jogador tentava estuprar sua esposa. “Eu evitei que a minha mulher fosse estuprada por esse monstro, canalha”, disse.
Outros três suspeitos, que teriam ajudado Edison espancar e matar o jogador Daniel, embora já tenham sido identificados pela polícia, ainda não foram detidos.
Jogador encontrado morto: entenda
De acordo com a polícia, Daniel viajou até Curitiba para comemorar o aniversário de 18 anos de Allana em uma casa noturna sertaneja. De lá, no início da madrugada de sábado (27), ele teria seguido com outras pessoas para a residência de Edison Brittes onde ocorria um “after”.
Na casa da aniversariante a festa continuou até que foram ouvidos os gritos de Cristiana por socorro. Foi nesse momento que uma testemunha-chave presenciou Daniel ser espancado – primeiro no quarto do casal e depois na garagem – pelo empresário e os outros três suspeitos. De acordo com sua versão, Allana e Cristiana Brittes entraram em desespero. “Quando eles estão batendo, eles tiram a cueca do Daniel e deixam ele só de camiseta. Nesse momento, ele já não conseguia mais falar. Ele já estava só murmurando, praticamente desmaiado”, disse Jacob Filho, advogado da testemunha. Ele também contou que os agressores falavam “Vai morrer, mexeu com mulher de bandido, vai morrer”. A pessoa que viu tudo foi categórica em dizer que não sabe afirmar o que ocorreu enquanto Daniel estava sozinho no quarto com Cristiana.
Na versão do advogado de defesa, o jogador entrou no quarto e tentou estuprar a esposa do empresário. Então, Edison espancou o jovem, colocou ele dentro do carro e foi até a área rural de São José dos Pinhais com a intenção de abandoná-lo vivo. Dalledone afirma que foi durante o trajeto que o empresário perdeu o controle e matou o jovem. Na história contada pela defesa, o celular da vítima tocou e o marido viu as fotos que Daniel tirou com Cris na cama do casal. Além de mensagens que ele teria enviado a um amigo de São Paulo afirmando que iria ter relações sexuais com Cristiana no quarto do casal.
O delegado Amadeu Trevisan, da Polícia Civil de SJP, disse à Record TV que não acredita na versão do estupro. “Nós não acreditamos nessa hipótese de estupro. Não tem como provar. Acreditamos apenas que o rapaz tenha deitado ao lado dela [mulher de Edison], tenha tirado fotografia e tenha dito que tinha estuprado apenas para aparecer para os amigos. Enfim, coisa de pessoa imatura apenas”, acrescentou o delegado. “Acreditamos que tenha sido um momento de imaturidade de Daniel acompanhado de um gesto desproporcional”, afirmou ainda durante a entrevista.
O jogador que morreu pode ser sido torturado
O corpo de Daniel foi localizado no sábado (27) a tarde na Colônia Mergulhão, na zona rural de São José dos Pinhais, depois que um morador da região viu marcas de sangue no chão de uma estrada rural e seguiu o rastro até o corpo do jovem. Ele estava vestido apenas com uma camiseta, com sinais de tortura, sem alguns dentes, o órgão genital decepado e cortes profundos no pescoço, a ponto de quase ter sido degolado. “Possivelmente foi uma morte dolorosa. Ele sofreu, não morreu no momento. Foi uma coisa com bastante malvadeza. Quem fez estava com raiva”, disse Edmilson Pereira, superintendente da Polícia Civil de São José dos Pinhais.
O órgão genital do jogador Daniel foi encontrado em cima de uma árvore próximo ao local do crime, na quinta-feira (1º), após a vítima já ter sido enterrada em Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais.
Para o promotor Milton Sales, responsável pelo caso, a história sustentada pela defesa apresenta contradições. “Eu analisei os fatos, objetivamente falando, e a história que nos é contada é muito mal contada. Ele tem que ser apurada de uma maneira com provas porque essa vítima de alguma forma, por algum motivo, foi levada a este local. Ele não apareceu lá do nada. Então, a circunstância do que aconteceu, que levou e chegou a esse evento, eu não posso me pautar exclusivamente com a alegação do autor do fato”, declarou em entrevista.
*Portal RIC Mais com informações do R7