Mulher tenta defender os filhos de agressão do marido e é morta a facadas
Agda do Rocio Mendes Soares, de 36 anos, foi morta a facadas pelo próprio marido após defender os filhos de agressões em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, na tarde do último sábado (20). O crime ocorreu na residência da família, localizada no bairro Capela Velha, depois que o casal retornou de um almoço na casa de vizinhos.
Segundo um guarda municipal, que atendeu a ocorrência e prefere não se identificar, Ratier de Andrade, de 39 anos, deu um tapa no filho caçula, uma criança de 3 anos de idade, e, na sequência, desferiu um soco contra o filho mais velho, um adolescente de 17 anos.
“Parece que ele deu um tapa na criança e o maior não gostou. O pai acabou dando o soco no filho mais velho, a mãe não gostou. Separou a briga e, do nada, o suspeito foi até a cozinha e acabou desferindo uma facada no peito dela. Ela tentou correr e ele desferiu mais uma nas costas e correu para a rua”, explicou o guarda.
Agda chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu dentro da ambulância, a caminho do hospital.
“Quando a gente chegou na hora, o Nei tinha acabado de fugir, o filho mais velho falou que os dois começaram a discutir, que o menor queria ver desenho e eles queriam ver novela. Ele estava um pouco agitado porque ela estava agitada e o menor pedindo, pedindo, pedindo e ele deu um tapa”, explicou Luana, vizinha e amiga íntima do casal. A mulher também contou que antes de morrer, a amiga caiu no colo do filho adolescente e implorou para viver: “Ela caiu no colo do filho mais velho e falou: ‘Por favor, não me deixa morrer’.
Tanto Luana como seu marido, Hudson Coelho, não conseguem entender o que pode ter provocado tamanha reação violenta de Ratier. Conforme o relato dos dois, Agda e o marido completaram 18 anos de casados em janeiro e eram um casal feliz.
“A Agda era uma pessoa super livre, andava igual uma boneca, andava sempre maquiada, sempre muito bem arrumada, impecável. Ele não era ciumento, muito pelo contrário, ele incentivava, elogiava muito. Ele estava sempre dizendo que a amava; […] Eu estou perplexa porque ele não era violento, ele era um bom marido, ele era um bom pai”, lembrou Luana.
“Eles eram um casal não vou dizer perfeito, mas vou dizer um casal normal, como a gente que discute com a esposa porque deixou o chinelo, etc, essas coisas normais de casal. Está certo que a gente estava bebendo a tarde inteira, mas ele estava acostumado a beber. Eu não sei o que pode ter passado para ele atingir a companheira com duas facadas. Uma coisa covarde. Ele convivia com a gente, não era um cara agressivo, não era um cara que batia ou oprimia a mulher. Ele amava muito ela por tudo que a gente percebia no tratamento que ele dava para ela, tanto em casa, quanto nas nossas casas, a gente sempre fazia almoço, janta junto. A gente não entende”, completou Hudson Coelho.
Até o momento, Ratier ainda não foi preso.