Mulher deixada em bueiro fala sobre momentos de terror: "Eu pedi muito para Deus não deixar eu morrer"
Juliana Almeida falou, pela primeira vez, sobre o que passou na noite do dia 15 de julho. Ela foi encontrada dentro de um bueiro na área central de Londrina, cidade do norte do Paraná. A mulher teve o braço quebrado em três lugares diferentes, tornozelo deslocado, ferimentos profundos na cabeça e hematomas espalhados pelo corpo. “Eu pedi muito para Deus não deixar eu morrer sem encontrar minhas filhas”, Juliana lembra.
A vítima ficou por horas no bueiro. Ela havia saído de casa para pegar dinheiro com um conhecido, quando foi abordada por um grupo de sete pessoas. Juliana detalha como foi agredida e que não sabe, até o momento, o motivo para tamanha violência e nem os rostos dos criminosos. De acordo com a mulher, ela não possui dívidas com o tráfico, mesmo sendo usuária de drogas.
“A hora que eu estava voltando eu encontrei com esse povo. Foi onde me deram uma ferrada na cabeça. Juntaram três homens e me jogaram lá para dentro [do mocó] e começaram a me agredir […]. Agrediram mais um monte com ferrada, martelada, paulada, pedrada. Aí, me jogaram de cabeça naquele buraco. Ali, me torturaram mais um monte e depois tamparam. Logo depois voltaram, abriram e começaram a ‘tacar’ vários pedaços de tijolos lá dentro em mim, e paulada, e falaram que mais tarde iriam me buscar”,
Juliana lembra do momento com exclusividade para a RIC TV Record Londrina.
Sozinha e ferida, a mulher disse que pedia para o avô, já falecido, e Deus a salvassem. Por todo tempo, recitou o Salmos 91, em que um dos trechos diz “Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia/ Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti”. Juliana conta que a promessa dos agressores era de que voltariam para matá-la. O plano era de colocar o corpo da mulher em um carro e desová-lo.
Juliana tem 32 anos e quatro filhas, que não estão com ela pois perdeu a guarda. Ela confessou ter dinheiro para sustentar o vício, por meio de malabares que fazia em sinaleiros de Londrina. Depois do crime, ficou internada por cinco dias na Santa Casa de Londrina.
Seus planos são de ir embora de Londrina e reconstruir a vida longe da cidade cenário de momentos de terror. “Eu não desejo nada de mal para eles. Eu só desejo que Deus faça a justiça dele”, fala sobre os agressores.
“Da mesma forma que eles não têm o direito de tirar a vida de ninguém, eu também não tenho. Deus pode cobrar da maneira que pode ser devida”,
Juliana conclui.