[VÍDEO]: Suspeito de matar Letícia Stefani dá respostas confusas em depoimento e frisa que apanhou da vítima
Pedro Henrique Souza, que confessou ter assassinado Letícia Stefani Inácio Raimundo, afirmou em depoimento que foi agredido pela jovem e que está arrependido. Acompanhado do advogado Geraldo Darif Saldanha, o suspeito deu sua versão sobre o que aconteceu na madrugada deste sábado (2), no prédio onde a jovem morava com a família, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Durante o depoimento, Pedro Henrique pareceu confuso ao dar algumas respostas e chegou a se contradizer pelo menos duas vezes: ao ser questionado sobre ter limpado o sangue da cena do crime e sobre ter sido convidado por Letícia para ir a um casamento.
O suspeito iniciou o depoimento falando sobre seu relacionamento com Letícia. De acordo com ele, os dois namoraram por cinco meses e haviam terminado há algumas semanas. Ele ainda disse que viu uma foto da vítima em uma rede social em que ela estava abraçada com um homem e que isso o deixou insatisfeito. Por isso, teria ido até o prédio da jovem, para conversar com ela sobre a situação. Pedro Henrique relatou que entrou no condomínio quando uma moradora estava saindo e ficou aguardando a vítima já no interior do local.
“Assim que ela chegou, ela foi indo e entrando sentido casa dela, eu fui conversar com ela. Assim que eu falei com ela, eu peguei no braço dela assim e ela me deu um tapa. Me deu um tapa no rosto, me arranhou [no rosto] e no meu peito. Aí nisso que ela me bateu, eu empurrei ela, no momento em que eu empurrei ela, ela bateu com a cabeça na parede e ficou desacordada no chão”.
relatou o suspeito.
Pedro Henrique disse que então empurrou o corpo para o canto. Questionado se chegou a limpar o sangue do local, o suspeito respondeu primeiro que sim, ao dizer “isso”. O delegado então perguntou como ele fez isso, se pegou um pano do condomínio, ao que o suspeito voltou atrás e disse que não limpou. O suspeito ainda afirmou estar arrependido. “Eu estava esperando os policiais em casa, para ‘mim vir’ confessar”, frisou.
Ao ser indagado sobre qual seria a última vez que conversou com Letícia, Pedro Henrique relatou que foi na quinta-feira (30). O investigador responsável pelo caso ainda questionou se a vítima chegou a chamar o suspeito para ir em um casamento com a família dela, no sábado (2). Neste momento, Pedro Henrique balançou a cabeça negativamente e chegou a dizer que não, mas ao receber uma cotovelada do advogado, mudou a versão rapidamente e respondeu que sim, sem dar detalhes.
Veja o vídeo:
Conforme a versão apresentada pelo suspeito, ele tinha sido chamado para o casamento e queria conversar com Letícia, mas não conseguiu falar com a ex-namorada por telefone. Segundo Pedro Henrique, ele foi até o prédio de Letícia durante a madrugada de Uber e ficou a aguardando por horas por não ter conseguido falar com ela por ligação. Ao ser questionado, no entanto, se tentou mandar mensagem para a jovem, ele afirmou que não: “Só aguardando ela para conversar com ela”.
O suspeito afirmou que não se lembrava do cordão encontrado no pescoço da jovem e que ficou nervoso, pegou as coisas de Letícia e jogou em um matagal.
O crime
Letícia Stefani, a técnica de enfermagem que trabalhava no Hospital Cajuru, em Curitiba, saiu de casa para uma choperia com os amigos na noite de sexta-feira (1º), no bairro Uberaba. Depois, foi para a casa de um dos colegas, no bairro Cajuru, onde ficou até às 6h28, e chamou um carro de aplicativo para voltar para o prédio onde morava com os pais, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Às 6h30 de sábado (2), mandou uma mensagem para a mãe avisando que estava indo para casa. Ela iria para um casamento com a família no sábado.
As horas passaram e, por volta das 10h30, a mãe desesperada começou a enviar mensagens para Letícia perguntando onde ela estava. Sem resposta, uma busca foi iniciada para encontrar a jovem. Somente na tarde de domingo (3), o corpo da vítima foi localizado, muito mais perto do que se esperava: Letícia estava morta embaixo da escadaria que dava acesso ao apartamento da família, dentro do prédio onde morava. A jovem tinha marcas de espancamento e um cordão – semelhante a um cadarço – no pescoço. O corpo foi encontrado por um vizinho.