Cinco policiais e um manifestastes ficaram feridos durante confusão em frente à Ópera de Arame, onde ocorre a votação do pacotaço; três pessoas foram detidas
*Com informações da repórter Rafaela Moron, da RICTV Curitiba
A sessão extraordinária para votar o pacote de austeridade do prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), chamado pelos servidores de “Pacotaço do Greca”, começou por volta das 9h desta segunda-feira (26), na Ópera de Arame. Cerca de 3,5 mil manifestantes acompanham a votação no entorno da Ópera, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SESP) e confusões foram registradas no local.
Tumulto e prisões
Durante a votação do pacotaço, houve tentativa de invasão e tumulto entre os servidores que estavam ao lado de fora da casa de eventos. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas: um manifestante (com ferimento na perna) e cinco policiais (ferido com pedradas, sendo que um deles foi encaminhado ao Hospital Evangélico).
De acordo com a Polícia Militar, três pessoas foram detidas, até o meio dia desta segunda-feira, na região da Ópera.
Entre os presos está Carlos Alberto Lima, que não teria respeitado a área disponível para a imprensa e assessores; ao ser convidado a deslocar para área autorizada, ele desacatou os policiais e usou de força. Além disso, ele portava rádio de comunicação sem licenças de uso. Por causa disso, ele foi encaminhado para a Polícia Federal.
Também foram detidos Edmar Teixeira Junior, por porte de spray de pimenta, e Claudio Celestino Bottini Scarpetta Junior, por porte de cocaína.
Esquema de segurança e bloqueios
A votação no local foi sugerida pelo pelo secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, por medidas de segurança, após as tentativas anteriorer terem sido frustradas pela ação de manifestantes.
O Tribunal de Justiça atendeu ao pedido da Prefeitura de Curitiba e concedeu o interdito proibitório da Ópera de Arame, para preservar a votação. A Câmara autorizou que 100 servidores municipais entrem na casa de espetáculos para acompanhar a votação. Durate a primeira hora da sessão plenária, muitos gritos de protesto foram proferidos pelo grupo.
Além disso, as demais pessoas interessadas em assistir à sessão plenária estão concentrados na Pedreira Paulo Leminski, onde foi disponibilizado um telão que transmite o que acontece dentro da Ópera.
Centenas de policiais militares reforçam, desde o início da madrugada, a segurança nas proximidades da casa de shows, onde o clima é de tensão. A Rua João Gava está bloqueada para o tráfego de veículos entre as ruas Mateus Leme e Nilo Peçanha.
“Pacotaço”
O pacote de ajuste fiscal é formado por 12 propostas que devem afetar cerca de 30 mil servidores. Do total, a reinvindicação da categoria é por quatro projetos de lei, que se aprovados podem alterar o adiantamento da data-base do funcionalismo municipal, leilão de dívidas municipais, previdência dos servidores e a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Por volta das 10h desta segunda-feira, os vereadores aprovaram o primeiro dos quatro projetos de lei: o que eleva, progressivamente, de 11% para 14% a contribuição previdenciária dos servidores, e de 22% para 28% o aporte da prefeitura; além de retirar do fundo municipal de aposentadoria dos servidores R$ 600 milhões. De acordo com o governo municipal, o valor foi recolhido indevidamente “a título de contribuição patronal dos inativos e pensionistas, nos últimos cinco anos, sem cômputo de juros moratórios”.
Acompanhe a sessão ao vivo:
Centenas de servidores se reúnem em frente à Ópera de Arame; assista:
Veja também:
Manifestação contra ‘pacotaço’ deixa feridos; veja fotos e vídeos
Prefeito Rafael Greca fala pela primeira vez sobre o “pacotaço”