Nos últimos quinze anos, tivemos uma sensível e visível revolução tecnológica que impactou todas as indústrias a nossa volta.  A área de Recursos Humanos, em especial, que antes demorava meses para realizar um processo seletivo, hoje demora horas. Às vezes, minutos.

Até a década de 90, as empresas utilizavam sistemas de Backoffice que eram capazes de coletar uma pequena fração das informações contidas no dia-a-dia. Informações chamadas off-line, que continham fases de processos críticos, como processos financeiros, folha de pagamento, inventário, entre outros.

A partir dos anos 2000, a internet abriu a possibilidade de expansão dos modelos de negócios de diversos segmentos, tornando possível ter uma oferta virtual dos produtos e serviços. Com isso, novas tecnologias de monitoramento e controle de clientes e audiência começaram  a crescer e, em especial com a chegada  das Mídias Sociais, houve uma explosão de geração e consumo de dados em todo o mundo.

As plataformas de Mídias Sociais, que hoje possuem milhões de usuários em suas bases (algumas, bilhões!), passaram a ser os grandes protagonistas do movimento de BigData, bem como técnicas de Cloud Computing (soluções nas Nuvens), que propiciaram ofertas  a custos reduzidos devido à gestão compartilhada de alguns recursos tecnológicos e oferta massificada.

Um recente estudo da International Data Corporation (IDC) prevê que o BigData irá crescer de  US$ 3,2 bilhões em 2010  para US$ 16,9 bilhões em 2015 (1).  O mesmo estudo mostra que mais de US$ 500 milhões estão sendo investidos em startups de BigData por empresas de Venture Capital. E o que isso tem a ver com RH? As plataformas de recrutamento possuem um riquíssimo banco de dados por serem responsáveis por conectar usuários/candidatos a empresas e vagas, transformando, muitas vezes, esse contato em contratação. Esse é um fértil ambiente que fornece dados em diversas cadeias de valor, em especial sobre o perfil dos trabalhadores de um país, bem como a movimentação deles entre as diversas empresas.

Um exemplo de utilização é o recém-lançado Indicador de Mercado de Trabalho Catho-Fipe, que utiliza a base de dados de contratações da Catho para prever o índice de desemprego do Brasil (entre outros índices) com um mês de antecedência em relação ao IBGE.

A evolução do processamento de grandes quantidades de dados levou as empresas de recrutamento a desenvolver uma Inteligência Artificial capaz de utilizar o BigData para melhorar a experiência dos usuários em suas  plataformas. O mesmo mecanismo que é capaz de mostrar os melhores resultados na busca do Google, hoje é aplicado para mostrar os melhores resultados nas plataformas de recrutamento, personalizando a experiência de utilização, e diminuindo sensivelmente o tempo que um candidato leva para achar uma vaga, e que uma empresa leva para achar um ou mais candidatos.

E muito mais poderá ser feito no futuro próximo. A evolução das plataformas de Gestão de Capital Humano está em andamento e vai trazer grandes melhorias para todos os nós.

1: https://www.idc.com/getdoc.jsp?containerId=prUS23355112#.UWtRprVwqSo

*Diretor de Novas Tecnologias e Inovação da Catho