Pai matou terapeuta por causa de pensão paga para irmã mais nova

Publicado em 14 jun 2019, às 00h00.

Luiz Carlos Nadolny, de 48 anos, assumiu ter matado a filha Aline Miotto Nadolny, de 27 anos, durante uma discussão sobre a pensão paga para a irmã mais nova da vítima. A terapeuta foi morta pelo próprio pai no dia 6 de junho.

Terapeuta morta

No dia do crime, segundo a polícia, Luiz surpreendeu a filha quando ela saiu de casa para ir ao trabalho, por volta das 6h da manhã, no bairro Alto da XV, em Curitiba, e pediu para conversar sobre o valor de uma pensão que ele paga para a irmã da terapeuta que vive que sua ex-mulher. “Pelo o que ele colocou a motivação seria um desacordo que ele mantinha com a mãe da vítima sobre o valor de uma pensão, de uma irmã menor da vítima. E ele foi atrás dela para que ela intermediasse uma redução dessa pensão”, explicou Reinaldo Zequinão, delegado de Piraquara.

A terapeuta foi morta pelo pai no dia 6 de junho

O corpo de Aline foi encontrado em Piraquara. (Foto: Reprodução/Facebook)

No entanto, a filha afirmou que não gostaria de opinar e nem intervir na questão, pois amava os dois igualmente. Foi então que ele se descontrolou e esganou a filha com as próprias mãos. “Ele sabia totalmente a rotina dela, ela sabia o horário que ela saia, tanto que ele chegou 10 minutos antes de a vítima sair de sua casa. A intenção não seria matar a moça, mas ocasionou que após os diálogos com a filha, e ela se negar por dizer que amava o pai e a mãe e não queria interferir em situações monetárias. Ele acabou se revoltando”, completou Job de Freitas, superintendente da Polícia Civil de Piraquara.

Pai violento

Um vizinho que viu a terapeuta que foi morta crescer, quando os pais de Aline ainda eram casados e a família vivia no bairro Cidade Industrial de Curitiba (CIC), declarou que Luiz sempre foi um homem violento e que os problemas domésticos entre eles eram de conhecimentos de todos. “Nós vimos ela crescer, não só ela, como os outros dois filhos que estão com a mãe lá no interior. É uma briga familiar do terreno, da casa, um imbróglio todo nessa direção e desajuste familiar”, disse o homem, que não quis se identificar, à RICTV Curitiba | Record PR.

Ele ainda completou: “Ele [Luiz] é muito violento, naturalmente ele era violento, na agressividade, no falar com as pessoas. Muito articulado, mas também muito desajustado de certa forma”, disse.

Confissão

Conforme o delegado Zequinão, ele surpreendeu a polícia ao confessar que matou a terapeuta e filha logo que foi abordado. Trechos do depoimento impressionam pela frieza com que ele contou como tudo aconteceu.

Durante seu testemunho, ele disse ter chamado a filha para dentro do veículo quando ela seguia para o ponto de ônibus. “Eu chamei pelo nome, ela me reconheceu, entrou no carro, me deu um abraço e disse que tava trabalhando lá no Bacacheri”. Segundo Luiz, eles seguiram em direção ao Bacacheri até que ele parou em um lugar pouco movimentado para conversar com a filha.

Ali, quando afirmou que não iria se envolver nas questões financeiras entre ele e a mãe, ela foi morta. “Quebrei o pescoço dela! Me descontrolei. Segurei o pescoço, daí ela também não sei se tentou tirar a minha mão, me agarrar. Desmaiou já em seguida, não tinha mais movimento, só a garganta. Pra mim tinha morrido já de momento,  assim, porque não respirava. A cabeça da gente da confuso, eu sei que abracei, beijei, limpei a boca dela ainda, com o cachecol”, lembrou sobre o momento em que tirou a vida da filha.