Cerca de 800 metalúrgicos do 1º turno da fábrica da Volkswagen, em São José dos Pinhais, aprovaram na manhã desta quinta-feira (17), durante assembleia, a suspensão dos contratos de 300 funcionários da fábrica. A proposta de layoff foi negociada entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba. Outras duas assembleias estão previstas para acontecer às 14h e 22h30.
Nos acordos de layoff, o trabalhador tem o seu contrato de trabalho suspenso, mas continua na ativa realizando cursos de qualificação profissional e recebendo o seguro desemprego. A empresa complementa o restante do salário e garante a manutenção do funcionário, ao menos até o final do acordo, com duração de três meses. Após este prazo, a empresa pode manter o contrato do trabalhador ou demiti-lo.
Pelas regras do acordo, o sindicato exigiu a garantia que todos os trabalhadores tenham o direito aos benefícios de um contrato de trabalho normal como INSS, 13º salário, férias, participação nos lucros e resultados, além de 8% de FGTS. A princípio, o acordo será aplicado a 150 funcionários e posteriormente a outros 150.
Para o sindicato, a demora da montadora em anunciar a realização de investimentos e trazer novos produtos acarretou a perda de produtividade da fábrica de Curitiba e os funcionários deverão entrar no acordo para não perderem seus empregos.
A planta de São José dos Pinhais possui 3.400 trabalhadores, sendo 2.400 do chão de fábrica divididos em três turnos de trabalho (800 cada turno). Atualmente a fábrica está produzindo 640 veículos por dia (a capacidade é de 870/dia). Os modelos fabricados são o Fox, o Crossfox e o Spacefox. Em 2015, estão previstas o início da produção do Novo Golf, do Audi A3 Sedã e Audi A3Q3.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Volkswagen informou que “vê com confiança o futuro promissor para sua unidade de São José dos Pinhais, após as condições estabelecidas pelo Acordo Trabalhista aprovado em 2012″. Segundo a nota, a já há um planejamento que prevê investimentos para a unidade em breve, e nesse período de transição, “com paradas técnicas em função da baixa demanda de mercado”, vai implementar medidas de flexibilidade para administração do efetivo da fábrica, conforme acordo com o Sindicato. Além disso, a nota afirma também que a Volkswagen vai intensificar ainda mais a qualificação dos trabalhadores por meio de treinamento.