Trabalho infantil: crianças eram usadas por mulher para vender frutas, em Coronel Vivida

Publicado em 29 abr 2021, às 12h27. Atualizado às 12h29.

Na quarta-feira (28), conselheiros tutelares de Coronel Vivida, cidade que fica no Sudoeste do Estado, receberam uma denúncia por meio de uma ligação anônima e constataram uma situação de trabalho infantil envolvendo três menores de idade.

Segundo o conselheiro tutelar Eder Petkovicz, dois irmãos, de 10 e 16 anos, acompanhados de outra jovem, de 16 anos, foram flagrados vendendo maçãs pelas ruas da cidade de porta em porta.

Uma mulher que fornecia o alimento para venda estava sentada na sombra de uma árvore, dentro de um automóvel, quando foi abordada.

“As crianças pegavam as frutas, vendiam nas casas, voltavam para entregar o dinheiro para mulher que estava dentro do automóvel, embaixo de uma árvore, e pegavam mais sacolas para sair oferecendo”.

explica o conselheiro.

A mulher, de 46 anos, que fornecia a mercadoria, não tem vínculo familiar com os menores de idade. A Polícia Militar do 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar) foi até o local, registrou um Boletim de Ocorrências e um Termo Circunstanciado.

As crianças informaram durante entrevista ao Conselho, que o trabalho é realizado em várias cidades do Sudoeste. O Conselho apurou que a criança de 10 anos está com problemas de aprendizado escolar. 

“Nós acreditamos que essa dificuldade no aprendizado pode ser por conta deste trabalho, tendo em vista que o ensino por conta da pandemia é durante a manhã e à tarde, e as crianças saíam de casa pela manhã e voltavam apenas a noite.  Isso será verificado durante o levantamento de informações pelo Conselho”

afirma Eder Petkovicz.

O caso será acompanhado pelo Conselho Tutelar de Pato Branco, cidade onde as crianças residem com seus responsáveis. As mães já foram ouvidas pelos conselheiros.

O oficial da Polícia Militar que atendeu a ocorrência falou sobre a importância dos pais procurarem a Agência do Trabalhador para melhor orientação sobre o trabalho de adolescentes.

“Nós sabemos que há um grande desemprego, onde os pais acabam usando seus filhos para complementar a renda familiar.  Pedimos para os pais, que têm filhos maiores de 14 anos, que procurem uma Agência do Trabalhador de sua cidade e se informem sobre a lei do Menor Aprendiz, onde o jovem  será conduzido para uma vaga de emprego, protegido por leis”,

informou o Tenente Anderson Carlos de Pauli, Oficial do 3º BPM