Os moradores de Curitiba que quiserem parar de fumar podem buscar ajuda na rede municipal de saúde. As equipes das 109 unidades de atendimento estão aptas a acolher e encaminhar para os 38 grupos de apoio os tabagistas que desejarem romper com o vício. Os interessados devem se informar na Unidade de Saúde mais próxima da sua casa.
No primeiro trimestre desse ano, cerca de 700 pessoas estavam inscritas nos grupos. Elas frequentam os encontros periódicos, refletem sobre o significado da dependência com os demais participantes e o coordenador do grupo, além de definem a data a partir do qual não vão mais fumar. Para quem não conseguir cumprir o plano traçado e levar o projeto adiante, o acompanhamento inclui a prescrição de medicamentos específicos. O uso depende de indicação médica.
Estratégias – Os grupos de atendimento aos fumantes espalhados pela cidade são uma das respostas de Curitiba à Convenção Quadro – o tratado internacional firmado pelo Brasil há 9 anos para o desenvolvimento de estratégias de redução do tabagismo e, ao mesmo tempo, criação de uma estrutura de suporte clínico a quem está decidido a abandonar o vício.
Com eles, a Secretaria Municipal da Saúde pretende ampliar a diferença do número de exfumantes sobre o de fumantes. Dados da pesquisa telefônica Vigitel 2011, encomendada e publicada pelo Ministério da Saúde, informam que Curitiba tem mais adultos exfumantes do que fumantes. Enquanto o número dos que afirmam ter abandonado o vício soma 24% da população, os fumantes seriam 20%. “Com esse esforço contínuo, podemos melhorar mais esse resultado”, avalia a coordenadora do Programa Municipal de Controle do Tabagismo, médica Cláudia Palm.
Hora da decisão – O índice de sucesso no tratamento, de 45%, é considerado satisfatório porque as recaídas são comuns nesse tipo de dependência química. O servidor público Laerte Gonçalves é um exemplo de perseverança. Longe do cigarro há catorze anos, hoje ele atua como voluntário em grupos antitabagistas. Os argumentos usados para explicar o resultado são simples.
Segundo ele, o dinheiro empregado na manutenção do vício é um desperdício, que compromete a saúde e afasta as pessoas. “Hoje eu sei que o cheiro que impregna as pessoas é ruim e muita gente não gosta”, completa.
Quanto antes o fumante se conscientizar da importância de romper com o vício, melhor. Isso porque o fumo é responsável por 90% das mortes por câncer de pulmão, 30% das mortes por câncer em geral, 25% das mortes por infarto do miocárdio, 85% das mortes por enfisema pulmonar e 25% das mortes por AVC (derrame). Doenças cardiovasculares e neoplasias são as principais causas de mortalidade geral.
Ar limpo – Além de manter e ampliar os grupos de apoio, a Prefeitura conta com a Lei 13.254, em vigor desde 19 de novembro de 2009, desde quando está proibido o uso do cigarro ou qualquer outro produto fumígeno em ambientes fechados e de uso coletivo.
Também a partir dessa data, deixaram de existir em estabelecimentos como bares e restaurantes os ambientes denominados fumódromos. O objetivo é proteger a saúde dos clientes e dos trabalhadores.
Equipes de fiscalização de rotina, além das escaladas para inspeções noturnas vistoriam periodicamente esses locais para garantir o respeito à lei e à saúde das pessoas e o cumprimento da lei. Esse ano, das 404 vistorias que avaliaram o cumprimento da lei, 22 geraram infrações a estabelecimentos por descumprimento de algum aspecto da norma.