A Itaipu Binacional encerrou 2012 com uma produção total de 98.287.128 megawatts-hora (MWh). A geração histórica confirmou as projeções dos últimos dias, baseadas no aumento da demanda do final de dezembro.
A vantagem sobre 2008, até então a melhor produção da usina em 28 anos de operação, é de 3,6 milhões de MWh. Só essa diferença equivale à geração anual de uma usina do porte de Três Irmãos, da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), que produz anualmente 3,7 milhões de MWh.
Os 3,6 milhões produzidos a mais em 2012 equivalem também a 23% de toda a produção de energia nuclear do Brasil. Ou ainda a: 8,3% de todo o consumo nacional de energia elétrica no mês de novembro ou a 13,7% do consumo da região Sudeste e Centro Oeste.
Nova marca
A nova marca de Itaipu foi estabelecida na virada do dia 31 de dezembro para 1º de 2013, exatamente à 1 hora de Brasília e à zero hora do Paraguai. Porém, antes mesmo de fechar o ano, Itaipu já havia batido seu próprio recorde anual. Na tarde do dia 18 de dezembro, a usina superou a barreira dos 94,6 milhões de MWh de 2008.
Nos treze dias seguintes, a demanda continuou acima do previsto, ao contrário de anos anteriores, quando o consumo diminuía com o recesso nas indústrias. O consumo residencial e comercial ajudou nessa alta.
No ano
O recorde de Itaipu em 2012 se deve a um conjunto de fatores. Entre eles, afluência distribuída razoavelmente ao longo do ano, apesar da estiagem dos últimos dois meses; demanda aquecida, no Brasil e no Paraguai; e boas instalações de geração e transmissão.
Soma-se a isso o trabalho coordenado com o Operador Nacional do Sistema (ONS), Eletrobras, Ande (estatal paraguaia) e demais empresas do setor elétrico dos dois países.
Parcerias
“O foco é garantir que Itaipu continue preparada para atender com segurança os sistemas elétricos do Brasil e do Paraguai mantendo as boas parcerias já existentes com o setor”, diz o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek.
Ele explica que os investimentos dessas empresas em infraestrutura têm dado tranquilidade para que a produção da binacional chegue ao mercado consumidor. “O bom desempenho de Itaipu só foi possível graças ao comprometimento de todos os empregados e à forte cooperação dessas empresas”, agradece Samek.
O superintendente de Operação, Celso Torino, reforça que Itaipu tem como foco o aprimoramento contínuo do preparo das equipes e da gestão da produção “para que possamos ter condições seguras e efetivas de ter uma geração anual permanentemente “acima dos 95 milhões podendo chegar inclusive aos 100 milhões de MWh”.
Mercado
Atualmente, Itaipu supre quase 20% do consumo do Brasil e mais de 70% de energia elétrica consumida pelo Paraguai, sócio na usina. Com o aumento da produção de mais de 3,6 milhões de MWh em cima do recorde anterior de 2008, marca também obtida pela binacional, a participação de Itaipu no mercado consumidor – que vinha diminuindo gradativamente, com a entrada em operação de outros empreendimentos do setor elétrico, voltou a subir.
O aumento da participação de Itaipu no mercado brasileiro se explica por dois fatores: o primeiro pela própria produção da usina que teve um salto de 6,5% em relação a 2011; o segundo é que o consumo no Brasil cresceu 3,3% comparado ao ano anterior.
O último boletim da Empresa de Pesquisa Energética estimava um consumo de energia elétrica no Brasil em 2012 de 447,5 milhões de MWh. Com base nesse dado, do total produzido por Itaipu no ano passado (98,29 milhões de MWh), 88,78 milhões de MWh foram para atender o mercado brasileiro, o que corresponde exatamente a 19,84% de toda a demanda.
