Vacinação contra o sarampo: campanha começa nesta segunda-feira (7)
A campanha nacional de vacinação contra o sarampo começa segunda-feira (7).
Em parceria com os governos estaduais, distrital e municipais, o Ministério da Saúde afirma que a primeira fase da campanha segue até o dia 25 de outubro, e tem como público-alvo crianças entre seis meses e quatro anos e 29 dias.
Vacinação contra o sarampo: adultos são o foco da segunda fase da campanha
De acordo com o ministro titular da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a prioridade para este grupo justifica-se porque, como provavelmente não receberam a segunda dose da vacina, seus filhos acabam apresentando um sistema imunológico mais vulnerável à doença.
Além dos dois períodos, a campanha também destaca o dia 19 de outubro como o Dia D para mobilização nacional.
Casos de sarampo no Brasil
Conforme levantamento do governo federal, até o dia 28 de agosto 5.404 casos de sarampo foram confirmados em todo o país.
Além disso, houve o registro de seis óbitos, sendo quatro deles de pacientes menores de um ano.
A unidade federativa com maior incidência é São Paulo (15,11 a cada 100 mil habitantes), que concentra 97% dos casos e é seguida por Bahia (6,64) e Sergipe (5,86).
Embora apresente índice de 0,21, o Pará preocupa devido à sua cobertura vacinal, que é, atualmente, de 76%, disse Mandetta.
Amapá apresenta a segunda cobertura mais baixa, de 77%, perdendo para a Bahia, com 80%, e o Maranhão e o Piauí, ambos com 83%.
De acordo com informações da pasta, foram adquiridos para este ano, 60,2 milhões de doses da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.
Para o ano que vem, a encomenda foi de 65,4 milhões de doses.
Em 2020, o ministério dará continuidade à campanha. A imunização será dividida em três etapas e incluirá pessoas com idade de 50 a 59 anos.
Ao todo, espera-se que a vacinação atinja 39 milhões de brasileiros, que equivalem a 20% da população.
Verbas para municípios
Em coletiva de imprensa, dirigentes do ministério destacaram que os municípios que fortalecerem suas ações de imunização ganharão um bônus de recursos, que totaliza R$ 206 milhões. Para receber o incremento, as prefeituras deverão cumprir duas metas.
“Àqueles que atingirem entre 90% e 95% [de cobertura vacinal] – nossa meta é de 95% – daremos mais um incentivo, um plus, porque ele fez mais esforço para chegar àquilo. Se atingir de 95% para cima, tirar nota 10, recebe 100% desse incentivo, para que possamos ajudar as cidades a cumprir um dever básico, que é de atenção primária de prevenção. O custo de uma vacina é tão baixo, e o custo de uma internação de uma criança na UTI [unidade de terapia intensiva], de uma vida, não tem preço. É um ato de amor e de respeito à criança. Já está pacificado. Não é uma questão de direito de pai e mãe, é um direito da criança “, esclareceu o ministro.
Para serem contemplados, os municípios terão ainda de monitorar e informar o governo do estado e o Ministério da Saúde sobre seus estoques da vacina tríplice viral, pentavalente e poliomielite ao estado e ao ministério.
O total do recurso vai variar conforme a unidade federativa. As maiores parcelas estão reservadas para São Paulo (R$ 44,7 milhões), Minas Gerais (R$ 20,9 milhões), Rio de Janeiro (16,6 milhões) e Bahia (R$ 15,2 milhões).
Sobre o sarampo
Causado por um vírus, o sarampo é uma doença infecciosa grave que pode levar à morte. A transmissão ocorre por via aérea, ou seja, quando a pessoa infectada tosse, fala ou respira próximo de outras pessoas.
Mesmo quando o paciente não vai a óbito, há possibilidade de a infecção ocasionar sequelas irreversíveis.
Quando a doença ocorre na infância, o indivíduo pode desenvolver pneumonia, encefalite aguda e otite média aguda, que pode gerar perda auditiva permanente.
Os sintomas do sarampo são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, coriza (nariz escorrendo ou entupido) e mal-estar intenso. Quando o quadro completa de três a cinco dias, podem aparecer manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas do paciente.
A prevenção ao sarampo, feita por meio da vacinação, é fundamental, já que não há tratamento para a doença.
O tipo da vacina varia conforme a idade da pessoa que irá tomá-la, e a situação epidemiológica da região onde vive, ou seja, é necessário levar em conta a incidência da doença no local. Quando há um surto, por exemplo, a dose aplicada pode ser do tipo dupla viral, que protege contra sarampo e rubéola.
Há ainda as variedades tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela, mais conhecida como catapora).
As vacinas estão disponíveis em unidades públicas e privadas de vacinação.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece doses gratuitamente, em mais de 36 mil salas de vacinação, localizadas em postos de saúde de todo o Brasil.
O governo brasileiro recomenda que pessoas na faixa entre 12 meses e 29 anos recebam duas doses da vacina.
Para a população com idade entre 30 a 49 anos, a indicação é de uma dose.