Vacinação contra o sarampo: campanha começa nesta segunda-feira (7)

Publicado em 5 out 2019, às 00h00. Atualizado em: 1 jul 2020 às 15h15.

A campanha nacional de vacinação contra o sarampo começa segunda-feira (7).

Em parceria com os governos estaduais, distrital e municipais, o Ministério da Saúde afirma que a primeira fase da campanha segue até o dia 25 de outubro, e tem como público-alvo crianças entre seis meses e quatro anos e 29 dias.

Vacinação contra o sarampo: adultos são o foco da segunda fase da campanha

A segunda etapa, de 18 a 30 de novembro, terá foco na população com idade entre 20 e 29 anos.

De acordo com o ministro titular da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a prioridade para este grupo justifica-se porque, como provavelmente não receberam a segunda dose da vacina, seus filhos acabam apresentando um sistema imunológico mais vulnerável à doença.

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(Foto: ilustrativa Pixabay)

Além dos dois períodos, a campanha também destaca o dia 19 de outubro como o Dia D para mobilização nacional.

Casos de sarampo no Brasil

Conforme levantamento do governo federal, até o dia 28 de agosto 5.404 casos de sarampo foram confirmados em todo o país.

Além disso, houve o registro de seis óbitos, sendo quatro deles de pacientes menores de um ano.

A unidade federativa com maior incidência é São Paulo (15,11 a cada 100 mil habitantes), que concentra 97% dos casos e é seguida por Bahia (6,64) e Sergipe (5,86).

Embora apresente índice de 0,21, o Pará preocupa devido à sua cobertura vacinal, que é, atualmente, de 76%, disse Mandetta.

Amapá apresenta a segunda cobertura mais baixa, de 77%, perdendo para a Bahia, com 80%, e o Maranhão e o Piauí, ambos com 83%.

De acordo com informações da pasta, foram adquiridos para este ano, 60,2 milhões de doses da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.

Para o ano que vem, a encomenda foi de 65,4 milhões de doses.

Em 2020, o ministério dará continuidade à campanha. A imunização será dividida em três etapas e incluirá pessoas com idade de 50 a 59 anos.

Ao todo, espera-se que a vacinação atinja 39 milhões de brasileiros, que equivalem a 20% da população.

Verbas para municípios

Em coletiva de imprensa, dirigentes do ministério destacaram que os municípios que fortalecerem suas ações de imunização ganharão um bônus de recursos, que totaliza R$ 206 milhões. Para receber o incremento, as prefeituras deverão cumprir duas metas.

Vacinação contra o sarampo

(Foto: José Fernando Ogura/AEN)

“Àqueles que atingirem entre 90% e 95% [de cobertura vacinal] – nossa meta é de 95% – daremos mais um incentivo, um plus, porque ele fez mais esforço para chegar àquilo. Se atingir de 95% para cima, tirar nota 10, recebe 100% desse incentivo, para que possamos ajudar as cidades a cumprir um dever básico, que é de atenção primária de prevenção. O custo de uma vacina é tão baixo, e o custo de uma internação de uma criança na UTI [unidade de terapia intensiva], de uma vida, não tem preço. É um ato de amor e de respeito à criança. Já está pacificado. Não é uma questão de direito de pai e mãe, é um direito da criança “, esclareceu o ministro.

Para serem contemplados, os municípios terão ainda de monitorar e informar o governo do estado e o Ministério da Saúde sobre seus estoques da vacina tríplice viral, pentavalente e poliomielite ao estado e ao ministério.

O total do recurso vai variar conforme a unidade federativa. As maiores parcelas estão reservadas para São Paulo (R$ 44,7 milhões), Minas Gerais (R$ 20,9 milhões), Rio de Janeiro (16,6 milhões) e Bahia (R$ 15,2 milhões).

Sobre o sarampo

Causado por um vírus, o sarampo é uma doença infecciosa grave que pode levar à morte. A transmissão ocorre por via aérea, ou seja, quando a pessoa infectada tosse, fala ou respira próximo de outras pessoas.

Mesmo quando o paciente não vai a óbito, há possibilidade de a infecção ocasionar sequelas irreversíveis.

Quando a doença ocorre na infância, o indivíduo pode desenvolver pneumonia, encefalite aguda e otite média aguda, que pode gerar perda auditiva permanente.

Os sintomas do sarampo são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, coriza (nariz escorrendo ou entupido) e mal-estar intenso. Quando o quadro completa de três a cinco dias, podem aparecer manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas do paciente.

A prevenção ao sarampo, feita por meio da vacinação, é fundamental, já que não há tratamento para a doença.

O tipo da vacina varia conforme a idade da pessoa que irá tomá-la, e a situação epidemiológica da região onde vive, ou seja, é necessário levar em conta a incidência da doença no local. Quando há um surto, por exemplo, a dose aplicada pode ser do tipo dupla viral, que protege contra sarampo e rubéola.

Há ainda as variedades tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela, mais conhecida como catapora).

As vacinas estão disponíveis em unidades públicas e privadas de vacinação.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece doses gratuitamente, em mais de 36 mil salas de vacinação, localizadas em postos de saúde de todo o Brasil.

O governo brasileiro recomenda que pessoas na faixa entre 12 meses e 29 anos recebam duas doses da vacina.

Para a população com idade entre 30 a 49 anos, a indicação é de uma dose.